O preço médio da gasolina nos postos brasileiros subiu 2,2%, ou R$ 0,13 por litro, na semana passada, com repasses do reajuste anunciado pela Petrobras na segunda-feira (8). Também reajustado na refinaria, o botijão de gás ficou 0,8%, ou R$ 0,90, mais caro.
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Segundo a pesquisa semanal de preços dos combustíveis da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), a gasolina foi vendida pelos postos brasileiros, em média, a R$ 5,97 por litro. É o maior valor desde outubro de 2023, já descontada a inflação.
O repasse foi menor do que os R$ 0,15 por litro estimados pela Petrobras quando anunciou o reajuste, o que indica que a pesquisa de preços da ANP pode detectar nova alta esta semana.
Segundo o Paranapetro, sindicato de postos do Paraná, as distribuidoras repassaram, em média R$ 0,30 por litro no estado. "Além do preço da Petrobras, altas do etanol também costumam ter reflexo na gasolina vendida pelas distribuidoras", afirmou, em nota.
Foi a primeira mudança no preço da gasolina nas refinarias da Petrobras desde outubro de 2023, quando a empresa reduziu o valor. Motivado pela alta do petróleo e do dólar, o aumento desta segunda, porém, não foi suficiente para eliminar a defasagem em relação às cotações internacionais.
Na abertura do mercado desta quarta-feira (17), o preço da gasolina nas refinarias da estatal estava, em média, 7%, ou R$ 0,23 por litro, abaixo da paridade de importação medida pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
O preço do diesel, que a Petrobras mantém inalterado desde o fim de 2023, estava 10%, ou R$ 0,39 por litro, também abaixo da paridade da Abicom. Em sua nova estratégia comercial, a Petrobras usa a paridade de importação como teto de preços e geralmente opera abaixo desse indicador.
Mesmo inalterado nas refinarias em 2024, o diesel vem subindo nas bombas. Na semana passada, segundo a ANP, o diesel S-10 foi vendido, em média no país, a R$ 6,01 por litro, o maior valor desde que o fim de abril.
O preço da gasolina nas bombas subiu 4,1% no primeiro semestre de 2024, segundo estudo da ValeCard com base em transações comerciais em mais de 25 mil postos brasileiros.
A alta reflete aumentos nos preços do etanol hidratado. "O preço do etanol, utilizado na mistura da gasolina, também influencia o preço final do produto. As oscilações na produção e oferta de cana-de-açúcar, principal matéria-prima do etanol, podem impactar seus preços", afirma a ValeCard.
O preço do etanol anidro teve alta acumulada de 10,4% no primeiro semestre, também segundo a empresa. Na semana passada, segundo a ANP, subiu mais 2,8%, ou R$ 0,11 por litro, para R$ 3,96 por litro.
A agência detectou ainda repasses do reajuste de segunda ao preço do gás de cozinha. O botijão de 13 quilos, mais usado em residências, fechou a semana a R$ 101,75, alta de 0,8%, ou R$ 0,90, em relação à semana anterior.
O produto não sofria reajuste nas refinarias da Petrobras desde julho de 2023, quando houve redução.
A abrangência da pesquisa semanal de preços da ANP foi reduzida este mês devido a cortes orçamentários. O número de coletas foi reduzido em 43% e o número de cidades pesquisadas caiu de 459 para 358.