Os postos de combustíveis voltaram a reduzir o preço da gasolina em todo o Estado. A redução é mais acentuada no Norte e Noroeste, mas na região de Curitiba é possível encontrar o combustível até 10% mais barato em relação ao final do ano passado, quando houve o último reajuste. Mas o Sindicato do Comércio Varejista dos Combustíveis (Sindicombustíveis) faz um alerta e diz que gasolina barata pode ser sinônimo de adulteração e sonegação fiscal.
Segundo o presidente do sindicato, Roberto Fregonese, a adulteração ainda corre solta no Estado, apesar de a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) feita por deputados estaduais para apurar os crimes no setor. "Em Londrina e Maringá há sérios problemas com adulteração e venda de combustível com notas frias", acusa Fregonese. Há ainda a entrada de muito produto de São Paulo, onde encontra-se preços mais baratos.
Em Curitiba, o preço da gasolina na refinaria gira em torno de R$ 1,406. Esse combustível é entregue nas distribuidoras que, por sua vez, vendem para o comércio varejista por R$ 1,47 até R$ 1,49. "Não dá para entender como há postos que conseguem vender a gasolina mais barata ou com quase o mesmo preço da refinaria", avalia o presidente do sindicato. Ele aponta como "razoável" a cobrança do litro em torno de R$ 1,64, como tem ocorrido em grande parte de postos curitibanos.
A CPI dos Combustíveis, apesar de já ter concluído os trabalhos de investigação, continua a receber denúncias sobre casos de adulteração e sonegação de impostos. O relatório da CPI será apreciado até o final de março.
Mas preço baixo nem sempre é sinônimo de gasolina ilegal. Muitos postos aproveitaram uma liminar dada pela Justiça do Rio de Janeiro que isentou uma distribuidora de combustíveis de recolher PIS e Cofins. Com isso, ela conseguiu vender gasolina mais barata, inclusive, para o Paraná. A liminar foi cassada na semana passada, o que poderá provocar ligeiro aumento nos preços.
Um fator que poderá gerar baixa maior no preço da gasolina é a tendência de queda no preço internacional do petróleo a partir do final do mês. Com o final do inverno no hemisfério Norte, haverá redução do uso de combustível para calefação, o que provocará sobra de petróleo e consequente queda no preço do barril. Os reflexos serão sentidos no Brasil.