Economia

Postos de combustível se preparam para fiscalização

08 dez 2000 às 10:24

Os postos de combustíveis de Curitiba e região metropolitana já estão se preparando para cumprir a portaria 248 da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que obriga o monitoramento da qualidade dos combustíveis no próprio posto. A portaria está em vigor desde o último dia 1º mas os postos ainda não se adequaram às novas regras. Ontem, duas químicas da ANP estiveram em Curitiba a convite do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Estado do Paraná (Sindicombustíveis) dando orientação para cerca de 300 donos de postos de combustíveis.

Os postos terão que adquirir um kit de equipamentos (tubos de ensaio, termômetro, bóia e reagentes) e terão de dispor de funcionário capacitado a fazer os testes no momento do descarregamento do combustível. O teste vai indicar se o combustível está adulterado, contaminado ou se apresenta boa qualidade.


Caso seja constatada qualquer adulteração, o carregamento de combustível deve ser devolvido à distribuidora na hora, afirmaram as químicas Conceição França e Vera Xavier, da ANP. Segundo elas, a adulteração na qualidade dos combustíveis não ocorre apenas por fraude. Muitas vezes ocorre contaminação no próprio transporte, onde a gasolina pode se misturar ao álcool ou ao óleo diesel.


De posse do kit, o funcionário devidamente treinado terá de fazer o teste e guardar a contraprova no posto. O objetivo da ANP é envolver os estabelecimentos no compromisso de manter o controle de qualidade dos combustíveis. Por outro lado, a ANP vai manter a fiscalização nos postos para averiguar se eles estão fazendo os testes. Eles terão de exibir as contraprovas e o boletim de certificação que são os registros das análises realizadas.


Tudo o que contribui para evitar adulteração dos combustíveis é bem recebido pelos postos que trabalham de forma séria. Mas o custo do kit (R$ 700,00) e do treinamento dos funcionários vai elevar os custos dos postos, que certamente serão repassados ao consumidor final, disse Roberto Fregonese, presidente do Sindicombustíveis.

Ele alerta, porém, que esse tipo de mecanismo não é suficiente para evitar as adulterações fraudulentas de combustíveis. Segundo Fregonese, o consumidor deve continuar atento aos locais onde abastece o carro porque a portaria da ANP pode dar uma aparência de tranquilidade, o que pode não ser verdade. Fregonese disse ainda que o Sindicombustíveis vai solicitar à ANP uma dilação no prazo para vigência da portaria porque o prazo dado (30 dias) foi muito curto e os postos não conseguiram se adaptar. Além disso, faltaram kits e a maior parte dos revendendores ainda não comprou os equipamentos.


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