Reajuste salarial de 6,4% a 11%, que varia de acordo com o cargo exercido e o período de contratação. Participação de Lucro em Resultado (PLR) equivalente a dois salários-base ou R$ 2,5 mil. Direito de recusa a trabalhos considerados de risco. Os valores são retroativos a 1º de setembro deste ano. Essa foi a contra-proposta da Petrobras apresentada aos petroleiros que fizeram greve em refinarias de todo o País, que "significou uma vitória para a categoria", segundo o presidente do Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros), Hélio Seidel.
Na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na Grande Curitiba, petroleiros ficaram em greve por cinco dias. A paralisação terminou às 23h30 de domingo, quando o Sindipetro decidiu em assembléia, que não retomará a greve. Durante o período de paralisação, apenas 45 funcionários trabalharam por 120 horas ininterruptas na refinaria.
Os petroleiros queriam reajuste de 8,3% "O cálculo foi feito conforme o salário-base, defasado de 1º de setembro do ano passado a 31 de agosto deste ano, por conta do acúmulo da inflação", contou Seidel. Explicou que os que foram contratados a partir de 1997 terão reajuste de 11%. "Já os que estão no final de carreira, o aumento é de 6,4%", disse.
Conforme ele, a greve foi feita para pressionar a Petrobras a negociar depressa com a categoria. "Ganhamos o jogo de braço. Fizemos essa paralisação porque se os trabalhadores começassem a desmaiar e apresentar problemas de saúde por causa da sobrecarga, a Petrobras seria responsabilizada", contou.
Para Seidel, a maior vitória foi o direito de recusa. "Isso na prática não existia. Agora é cláusula do contrato coletivo. Se o petroleiro sentir que um equipamento não é seguro, ou que seu trabalho pode provocar danos ao meio ambiente - como o derramamento de óleo no Rio Iguaçu - têm o direito de não realizar o serviço", afirmou.