Economia

Paraná ganha mais 15 meses para resgatar ações da Copel

28 dez 2000 às 18:34

O governo do Estado ganhou um fôlego de 15 meses para salvar a Copel. O acordo foi fechado com o Banco Itaú e o prazo, que terminava neste final de ano, foi prorrogado para março de 2002. O alongamento do prazo não impediu, no entanto, que o Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual entrassem com pedido de ação para desobrigar o Estado a resgatar as ações.

O Estado tem no Banco Itaú cerca de R$ 300 milhões (valor atualizado) em ações da Copel. Se estas ações não forem resgatadas, o governo do Paraná perde o controle acionário da Copel. O acordo de prorrogação do vencimento da operação financeira foi assinado à tarde pelo secretário da Fazenda, Ingo Hubert, pela diretoria do Itaú e por representantes do Banco Central.


Quanto ao acordo entre governo do Estado e Itaú, os detalhes que envolveram o entendimento foram mantidos em sigilo. A assessoria da Secretaria da Fazenda chegou a declarar no final da tarde que não havia qualquer definição de prazo. A informação foi desmentida minutos depois pela assessoria do Palácio Iguaçu que confirmou a assinatura do contrato. O Banco Itaú se limitou a confirmar que fechou o acordo, sem dar detalhes das exigências feitas ao governo paranaense.


A negociação entre governo do Estado e Itaú na prática representa apenas adiar um problema que o governo terá de solucionar em um ano e três meses, ou seja, em março de 2002. Neste período, as ações continuam garantindo a operação financeira que obriga o Paraná a pagar cerca de R$ 300 milhões, segundo o governo do Estado.


O dinheiro tem de ser pago, porque o Estado assumiu o compromisso de honrar o pagamento do resgate de títulos públicos emitidos por Alagoas, Santa Catarina, Osasco e Guarulhos, caso estes governos não fizessem a recompra dos papéis. A exigência foi feita pelo Banco Central, em 1998, quando foi assinado o acordo para sanear e privatizar o Banestado.


O pedido de ação civil dos Ministérios Públicos Federal e Estadual foi protocolado na Justiça Federal e será analisado hoje pelo juiz Mozart Voss. Leia mais ainda hoje no Últimas Notícias do Bonde.

Leia mais em reportagem de Carmem Murara e Maria Duarte, na Folha do Paraná desta sexta-feira


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