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Aumento nas demissões

Número de empregos com carteira assinada cai a metade em 2020 após revisão do Caged

Folhapress/Leonardo Vieceli
03 nov 2021 às 15:32

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- Reprodução/Pixabay
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Depois de passar por revisões, o saldo de empregos formais gerados no Brasil, em 2020, caiu quase pela metade se comparado ao número divulgado inicialmente pelo governo federal. É o que indicam estatísticas do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).


O saldo mede a diferença entre contratações e demissões em postos de trabalho com carteira assinada.
Segundo dados divulgados em janeiro pelo Ministério da Economia, o indicador havia ficado positivo em 142.690 vagas em 2020. O resultado positivo foi amplamente comemorado pelo governo à época.

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O número decorreu da comparação entre 15.166.221 admissões e 15.023.531 desligamentos no ano passado.

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Depois das revisões, o saldo encolheu 46,8%, para 75.883 vagas. A diferença ficou menor devido ao aumento nos registros de demissões.

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O número de cortes ficou 2,2% maior, pulando para 15.361.234. Já as contratações aumentaram 1,8%, para 15.437.117.


Empresas que perderam o prazo para declaração das informações podem enviar os dados ao governo fora do período em questão.

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Os atrasos costumam ser corriqueiros, mas a magnitude da revisão chama atenção, analisa o economista Daniel Duque, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).


Em 2020, ano marcado pela chegada da pandemia, companhias atravessaram período de crise, e os números podem ter sido "subdeclarados", conclui o pesquisador.

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"Ao longo do ano passado, muitas empresas fecharam, principalmente após a primeira onda da pandemia, outras hibernaram ou paralisaram as operações. Então, fazer a lista de contratações e demissões para o Caged virou a última tarefa da lista de obrigações."


Em janeiro, ao divulgar os dados de 2020, o ministro Paulo Guedes (Economia) comemorou o saldo positivo de empregos formais, mesmo com a retração na atividade econômica causada pela Covid-19.

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Para o ministro, foi fundamental a criação do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda -que estabeleceu regras para empresas cortarem salários e jornadas ou suspenderem contratos de trabalho, com pagamento de um benefício ao trabalhador afetado.


"De um lado, o auxílio emergencial fez a maior transferência direta de renda. E, por outro lado, o programa de empregos preservou 11 milhões de empregos", disse Guedes à época.

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Em nota, o Ministério do Trabalho e Previdência, recriado em julho, atribui a queda no saldo de empregos gerados em 2020 a declarações realizadas por empresas fora do prazo.


"Ressaltamos que, mesmo com a mencionada revisão, o saldo do Caged de 2020 se mantém positivo, em que pese o pior momento da pandemia da Covid-19", aponta a pasta.

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No ano passado, o Caged passou por alterações metodológicas, o que, segundo especialistas, impede a comparação com anos anteriores.


"A entrada de dados fora do prazo acontece quando as empresas declaram as informações de admissão e demissão após a competência em que a movimentação se realizou. A possibilidade de realizar esse tipo de declaração já existia no antigo Caged, havendo uma ocorrência um pouco maior neste momento devido ao processo de transição para a declaração via eSocial, que ocorreu para um número significativo de empresas ao longo de 2021", diz o Ministério do Trabalho e Previdência.


A pasta afirma ainda que os dados anunciados "são reais e obedecem às informações declaradas pelas empresas, podendo ser ajustados para 2020 até o final de 2021".

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