A nova onda de calor chegou com tudo na região de Londrina. Os efeitos das altas temperaturas afetam não só o corpo da população, mas também o bolso. Isso porque o calor excessivo e a falta de chuva nos últimos dias são um dos grandes vilões das plantações, principalmente daquelas menos resistentes, como a alface e outras folhagens.
André Luis Varago é engenheiro agrônomo do Ceasa (Centro de Abastecimento do Paraná) de Londrina e explica que as ondas de calor como essa inviabilizam a produção de alimentos em céu aberto, o que afeta muitas culturas, já que nem todos os produtores têm sistema de irrigação. A alface, por exemplo, registra aumento de mais de 10%. Segundo ele, a caixa com 9 a 12 unidade está na faixa dos R$35 no Ceasa.
Ele exemplifica que o quiabo e o abacate, por serem mais resistentes, acabam não sendo muito afetados, mas que, por outro lado, outras mais sensíveis precisam de irrigação para que a colheita seja boa, como é o caso da uva.
Apesar de a irrigação permitir que a plantação tenha um melhor desempenho, a planta vai exigir mais água, o que acaba encarecendo o alimento na hora que ele chega para o consumidor final. "A irrigação ameniza um pouco os efeitos do excesso de calor, porém a conta de energia e de água vem mais cara", explica, complementando que, nesses casos, as irrigações precisam ser feitas de forma mais constante e por mais tempo, sendo que o produtor precisa repassar esse gasto extra.
Com o calor, o engenheio agrônomo também pontua que as plantas perdem qualidade, principalmente as folhagens, que acabam ficando amareladas e com as pontas queimadas. "Não fica aquela mercadoria vistosa como quando o clima está mais amenos", admite, complementando que a grande maioria das plantas gosta de noites frias e dias quentes. Outra situação desencadeada pelo calor é em relação às doenças e às pragas agrícolas, como a mosca branca, que ataca plantações, como a soja e o feijão, e sugam todos os nutrientes de plantas.
Com um cenário positivo, o quiabo e a abobrinha, muito produzidos na região, permanecem com preços bons, tanto para produtores quanto para consumidores, mas que tendem a encarecer com a chegada dos meses frios por conta da redução na produção.
Saiba mais sobre o que forma essa onda de calor na reportagem completa na Folha de Londrina.