Poucas cidades no Brasil conseguiram o que Londrina obteve nessa última semana: integrar
empresas privadas, entidades governamentais e organizações da sociedade civil em prol do
desenvolvimento de inovação por meio de novas tecnologias voltadas ao setor agrícola.
Leia mais:
Consumidores da 123milhas não têm garantia de receber valor integral, diz defensoria
Mega-Sena está acumulada em R$ 127 milhões; sorteio é nesta terça-feira
Ratinho Junior manda para a Alep projeto para vender a Celepar
Criptomoedas movimentam mais de R$ 200 bi no Brasil em 2024; há expectativa por maior regulação do setor
Foi inaugurado no Centro de Tecnologia e Desenvolvimento (CTD) da Prefeitura de Londrina,
o Centro de Inovação Biotecnológica (CIB) da Nova Brasil, empresa familiar argentina fundada
por imigrantes italianos que escolheu Londrina para começar a operação no Brasil em 2021.
Focada em investir continuamente em recursos humanos, pesquisa e portifólio, com uma
filosofia voltada ao crescimento e a inovação, a Nova do Brasil investiu R$ 2 milhões na criação
do CIB, que será um polo de formação profissional com capacitações e qualificações para
trabalhar com microrganismos de interesse biotecnológico. De acordo com Elian Porta, CEO da
Nova do Brasil, “Queremos nos próximos anos substituir ou aumentar a eficiência dos produtos
que são usados atualmente na agricultura para que eles sejam mais amigáveis ao meio-
ambiente”, assegurou.
Nessa linha de trabalho, o CEO anunciou dois novos produtos da Nova Brasil. O primeiro é
Bioten, primeiro e único adjuvante bacteriano produzido no mundo, que busca aumentar a
eficiência dos defensivos agrícolas. O segundo é o Motosega que tem o objetivo de nutrir
plantas não-leguminosas através de uma bactéria que fixa o nitrogênio do ambiente. “Queremos
que a agricultura use cada vez menos adubos inorgânicos e mais adubos biológicos”, salientou
Porta.
Mais que discurso, a inovação na Nova do Brasil está dirigida para a sustentabilidade e o CIB
será um instrumento valioso porque vai dar sustentação para o desenvolvimento de novos
produtos. Além de uma equipe interna de especialistas, a empresa vai estreitar os vínculos com
startups, entidades como a Cocriago, um dos maiores hubs de inovação do agronegócio do
Brasil, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e outras instituições.
É exatamente esse o modelo de desenvolvimento de inovação mais bem-sucedido no mundo,
chamado de Triplo Hélice. Parece simples, mas não é. Ele prevê que empresas, governo
(entidades) e instituições de pesquisa atuem de forma sinérgica. Para que o CIB se tornasse
realidade foi preciso que Prefeitura de Londrina, por meio do CTD e da Codel, Cocriagro,
Sebrae e Nova do Brasil se unissem. Inovação precisa de políticas públicas, não de espasmos
para crescer. Por isso Londrina se destaca no cenário nacional a ponto de chamar a atenção da
Nova do Brasil, que tem planos audaciosos para a cidade: construir uma fábrica de produtos
adjuvantes e biológicos para atender todo o mercado brasileiro em um período de dois anos. “O
CIB será o início de um trabalho com cepas brasileiras que trarão a oportunidade de
posteriormente produzirmos em escala industrial”, explicou o CEO da Nova do Brasil.
Desejo muito sucesso a Nova do Brasil e parabenizo a todos os envolvidos que possibilitaram a
concretização de uma grande realização para a cidade de Londrina, o Paraná e o Brasil ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)