O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste domingo (15) que o pacote de corte de gastos foi enviado ao Congresso por seu governo, mas que Câmara e Senado têm soberania para mexer no texto.
As preocupações com o aumento do gasto público e as reações do mercado, que levaram à cotação recorde do dólar e queda na Bolsa brasileira, são, para Lula, uma "bobagem".
"Não é a primeira vez que eu sou presidente", afirmou, em entrevista ao Fantástico, da rede Globo. "Ninguém neste país, ninguém, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu."
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Para o presidente, não cabe ao mercado a preocupação com os gastos públicos. "Se eu gastar mais, quem vai pagar é o povo pobre", disse. Segundo Lula, a única coisa errada no país no momento é a taxa de juros acima de 12%.
Na quarta (11), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu por unanimidade fazer uma alta de juros mais agressiva e elevou a taxa básica (Selic) em um ponto percentual, de 11,25% para 12,25% ao ano.
Lula saiu do hospital neste domingo e foi para sua casa em São Paulo. Ele deverá ficar na cidade até quinta-feira (19), quando fará uma tomografia. Depois disso, poderá ir para Brasília.
O presidente da República também defendeu a reforma tributária, que volta à Câmara nesta semana, por ter sido alterada no Senado. Na quinta, quando voltar a Brasília, quer falar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ver "o que a gente pode fazer".
Lula disse também que acredita em um aumento na arrecadação de impostos, apenas com o recolhimento de "tributos já estabelecidos em lei", e que isso garantirá condições "suficientes para cuidar das coisas".
"O que a gente não pode", afirmou Lula, "é aumentar tributo."