Apesar da entrada da indústria automotiva no Paraná, o perfil do emprego direto e indireto no Estado não deve se alterar significativamente nos próximos anos. Isso porque as montadoras instaladas no Estado como Renault/Nissan e Volkswagem/Audi trabalham vinculadas a um sistema de fornecimento mundial de peças e recorrem pouco ao mercado local.
As montadoras só se transferiram para o Estado por causa do benefício fiscal, disse o professor Walter Tadahiro Shima, do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Ele reconhece que as montadoras paranaenses trouxeram empresas terceirizadas, parceiras em nível mundial, e também algumas fornecedoras. Mas destaca que não há qualquer compromisso com a criação de rede de fornecimento em grande escala e de empregos porque a estratégia dessas empresas é recorrer sempre a fonecedores globais.
Segundo Shima, não se pode traçar um paralelo entre a rede de fornecedoras que se criou em torno das montadoras paulistas e das montadoras paranaenses. Segundo ele, principalmente as montadoras que vieram para o Paraná apresentam estruturas mais modernas e globalizadas, em relação às existentes em São Bernardo do Campo (SP) e criaram um um número restrito de postos de empregos.
A Renault emprega hoje cerca de 2.890 funcionários e a Volkswagem/Audi, 3 mil empregados. ''E esses empregos vêm sendo mantidos com muito custo por causa da mobilização dos sindicatos'', disse o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Núncio Manalla.
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