Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
A mais alta em 27 anos!

Inflação de setembro é a maior desde início do Plano Real e vai a 10,25% em 12 meses

Folhapress/Leonardo Vieceli
08 out 2021 às 14:47

Compartilhar notícia

- Reprodução/Pixabay
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Pressionada pela energia elétrica, a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou para 1,16% em setembro. É a maior taxa para o mês desde 1994 (1,53%), fase inicial do Plano Real.


Com a forte elevação, o IPCA também quebrou a barreira simbólica dos dois dígitos no acumulado de 12 meses. Nesse período, a alta chegou a 10,25%.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Trata-se da maior variação em 12 meses desde fevereiro de 2016 (10,36%). À época, a economia brasileira amargava período de recessão.

Leia mais:

Imagem de destaque
Entenda

Bancos já reduzem limite de crédito para apostadores de bets

Imagem de destaque
Imposto de renda

Receita Federal abre consulta ao lote residual de dezembro na segunda-feira

Imagem de destaque
Previsão de aumento

Veja os índices de reajuste esperados para os planos de saúde em 2025

Imagem de destaque
Pacote de gastos

Senado aprova projeto que limita ganho do salário mínimo e muda regras do BPC


Os dados, divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), reforçam a tendência de escalada inflacionária que ganhou corpo ao longo da pandemia.

Publicidade


Apesar de robusto, o avanço de 1,16% em setembro veio um pouco abaixo das expectativas do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 1,25%. Em agosto, o IPCA havia subido 0,87%.


No acumulado de 12 meses, o IPCA ampliou a distância frente ao teto da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central). O teto é de 5,25% em 2021. O centro é de 3,75%.

Publicidade


Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em setembro. No resultado mensal, o maior impacto (0,41 ponto percentual) e a maior variação (2,56%) vieram do segmento de habitação, que acelerou em relação a agosto (0,68%).


O resultado desse grupo foi puxado novamente pela energia elétrica. A conta de luz subiu 6,47% e teve o principal impacto individual (0,31 ponto percentual) no IPCA de setembro. A energia acumula alta de 28,82% em 12 meses.

Publicidade


O IBGE ressaltou que, em setembro, passou a valer a bandeira tarifária de escassez hídrica no país, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. No mês anterior, a bandeira era a vermelha patamar 2, com acréscimo menor, de R$ 9,49.


Após habitação, os principais impactos vieram de transportes (1,82%) e alimentação e bebidas (1,02%). As contribuições para o resultado mensal foram de 0,38 ponto percentual e de 0,21 ponto percentual, respectivamente.

Publicidade


Em transportes, mais uma vez, o maior peso (0,18 p.p.) veio dos combustíveis, que subiram 2,43%, influenciados pela gasolina (2,32%) e pelo etanol (3,79%). Além disso, o gás veicular (0,68%) e o óleo diesel (0,67%) também apresentaram variação positiva.


Ainda em transportes, destacam-se as altas de 28,19% nas passagens aéreas, após queda de 10,69% em agosto, e de 9,18% nos transportes por aplicativo, cujos preços já haviam subido 3,06% no mês anterior.

Publicidade


O grupo de alimentação e bebidas (1,02%) teve uma leve desaceleração em relação ao mês anterior (1,39%) por conta do recuo das carnes (-0,21%), após sete meses consecutivos de alta. Isso acabou puxando a alimentação no domicílio para baixo (1,19%), frente ao resultado do mês anterior (1,63%).


"Essa queda das carnes pode estar relacionada à redução das exportações para a China. No início do mês, houve casos do mal da vaca louca na produção brasileira. Com a suspensão das exportações, aumentou a oferta de carne no mercado interno, o que pode ter reduzido o preço", afirmou Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IBGE.

Publicidade


A escalada inflacionária ganhou corpo ao longo da pandemia. Em um primeiro momento, houve disparada de preços de alimentos e, em seguida, de combustíveis.


Alta do dólar, estoques menores e avanço das commodities ajudam a explicar o comportamento dos preços.


Não bastasse essa combinação, a crise hídrica também passou a ameaçar o controle da inflação neste ano. A escassez de chuva força o acionamento de usinas térmicas, o que eleva os custos de geração de energia elétrica. O reflexo é a luz mais cara nos lares dos brasileiros.


Há ainda o efeito da crise política protagonizada pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido). A turbulência em Brasília é um fator que joga o câmbio para cima.


Em uma tentativa de frear a inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) passou a subir a taxa básica de juros (Selic).


Os preços em patamar alto, em um ambiente de juros maiores, desemprego acentuado e renda fragilizada, dificultam o consumo das famílias, sobretudo das mais pobres, e desafiam os investimentos das empresas.


O presidente do BC, Roberto Campos Neto, projetou na segunda-feira (4) que a inflação atingiria seu pico em setembro pelo IPCA.


"Setembro deve ser o pico da inflação em 12 meses. A gente entende que existe um elemento de persistência maior e, por isso, estamos sendo mais incisivos nos juros", disse na ocasião.


O mercado financeiro vem subindo suas projeções para o índice de preços. A estimativa mais recente é de IPCA de 8,51% ao final de 2021, indicou o boletim Focus, divulgado pelo BC.


Nesta semana, relatório da consultoria MB Associados sublinhou que a "inflação seguirá sendo um risco em 2022".


Para parte dos analistas, o país pode embarcar em um período de estagflação. O fenômeno é caracterizado por combinar fraqueza econômica e preços em alta.

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo