O governo do Paraná retomou o processo para privatizar a Companhia Paranaense de Energia (Copel), que estava parado há quase um ano. A Secretaria da Fazenda publicou o edital de licitação internacional para contratar as duas empresas que farão a modelagem e definição do preço para a venda.
O governador Jaime Lerner (PFL) havia autorizado a abertura de concorrência pública há um ano, mas, na época, a Fazenda avaliou que deveria esperar mais para vender a companhia. Na prática, hoje foi o início do procedimento para a privatização.
Com a retomada das atividades para vender a empresa, o governo começa a definir o cronograma de privatização. As empresas que estiverem interessadas em atuar como "advisers" da Copel, isto é, fazer a modelagem e definir o preço terão até o dia 1º de março para apresentar suas propostas.
Os envelopes serão abertos no auditório da Secretaria da Fazenda. Valerá o menor preço, respeitando o limite máximo de R$ 1 milhão para o grupo que fizer apenas a definição de quanto vale a Copel (serviço "A") e de R$ 2,5 milhões para quem for fazer todo o processo de venda e avaliação (serviço "B").
O valor de R$ 1 milhão se equipara ao que foi pago para o Banco Fator avaliar e preparar o Banestado para a venda. A vencedora do serviço A terá um prazo de três meses para concluir o trabalho. A consultoria que ganhar o serviço B terá quatro meses a contar da data de contratação. Elas indicarão a melhor data para o leilão de privatização.
O governo do Estado colocará à venda todas as ações que possui, isto é, 58,6% das ações ordinárias (com direito a voto) ou 31,1% do capital total da empresa, que inclui as ordinárias e preferenciais. Além do governo do Estado, a Copel tem como acionistas o BNDES com 24,4%, a Eletrobrás com 0,6% e prefeituras com 0,5%. Outros 43,4% das ações da Copel são negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo e na Bolsa de Valores de Nova York.
Apesar das especulações feitas no mercado financeiro, o governo do Estado ainda considera cedo falar em preço mínimo para a Copel. O valor só será definido com o trabalho de modelagem da privatização. A Copel é considerada hoje a melhor empresa do governo do Estado e é reconhecida como uma das mais eficientes de todo o sistema energético do País. Com um patrimônio líquido de R$ 4,9 bilhões, a Copel figura ainda entre as primeiras empresas paranaenses se comparada com os grupos privados.
Conforme publicação do balanço do terceiro trimestre do ano passado, a empresa teve um lucro de R$ 288,7 milhões entre janeiro e setembro. O lucro no mesmo período em 1999 foi de R$ 277 milhões. Economistas e analistas de mercado, em São Paulo, arriscavam um palpite de que a Copel poderá ser privatizada por valor aproximado a R$ 3,5 bilhões.
Leia mais em reportagem de Carmem Murara, na Folha do Paraná desta quarta-feira