Depois de recolher cerca de 80 mil assinaturas em um abaixo-assinado contra a privatização da Copel, manifestantes de todo o Estado preparam uma megamobilização marcada para ocorrer no dia 11 de junho em Curitiba.
A marcha sairá da Praça Santos Andrade, no Centro da Capital, às 13 horas em direção à Assembléia Legislativa onde representantes farão a entrega oficial do documento com as assinaturas ao presidente da Assembléia, Hermas Brandão (PTB).
Ao contrário do que divulgou um fax anônimo à redação da Folha, afirmando que haverá ocupação no prédio da Assembléia, no dia 12 de junho, os manifestantes garantem que não há esta intenção.
Segundo o fax, "a Marcha do Paraná contra a venda da Copel será o estopim para no dia 12 iniciarmos a ocupação e paralisação da Assembléia Legislativa até que seja assegurada a tramitação e votação desse que será o primeiro projeto de iniciativa popular da história de nosso Estado".
Hermas Brandão ficou sabendo da existência do fax quando a Folha o entrevistou. "A Assembléia é a Casa do povo, estamos sempre abertos para dialogar, mas não vamos permitir baderna lá dentro. Cada eleitor tem que cobrar do seu deputado, mas não desse jeito", afirmou, referindo-se a suposta invasão.
Mesmo com a ameaça, Brandão disse que não vai alterar a rotina de trabalho no próximo dia 12. "Não há necessidade de reforçar a segurança. O povo do Paraná é um povo pacífico."
Neste sábado, na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, o assessor parlamentar da vereadora petista Clair da Flora Martins, Henrique Ehlers Silva, argumentou que da forma como foram colocadas as grades ao redor do prédio da Assembléia Legislativa não há como ocorrer invasões. De acordo com os cálculos da organização, estão sendo esperadas duas mil pessoas no dia 11 de junho, vindas de todas as regiões do Estado.
Para a recepcionista Wilma Moreira de Araújo, que passava pela Rua XV de Novembro, a venda da Copel é um prenúncio de que os serviços vão piorar e muito. "Já basta o que está acontecendo com a Telepar. O serviço está piorando a cada dia e o que ainda é mais grave, tem ocorrido inúmeras cobranças indevidas. Com certeza, o mesmo vai acontece com a Copel", prevê.
Sobre a eventual privatização da Copel, Hermas Brandão disse que, caso a questão voltar à Assembléia, pretende seguir as leis que regem a casa. Ele não quis polemizar com o tema. "Posso garantir que não fugirei uma vírgula do regimento interno."