Economia

Entidades entregam a Requião estudos sobre o pedágio

08 abr 2003 às 09:44

Entidades representativas dos setores produtivos do Paraná entregaram ao governador Roberto Requião (PMDB), na segunda-feira, dois estudos que mostram o impacto das tarifas de pedágio sobre as atividades agropecuárias e de transporte.

Os estudos foram elaborados pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar).


Conforme o estudo elaborado pela Ocepar e Faep, hoje um caminhão que sai de Foz do Iguaçu em direção ao Porto de Paranaguá, carregado de milho, deixa nas dez praças de pedágio instaladas pelo caminho o equivalente a 15,6 sacas do produto.


Quando se trata de soja, o pedágio absorve 8,21 sacas. ''Esse custo tira a nossa competitividade'', argumentou o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski.


O estudo também mostra que, se não houvesse pedágio, o frete para transportar essa mesma carga de Foz para Paranaguá seria quase 20% mais barato.


Esses cálculos foram feitos levando em consideração que somente 40% dos caminhões que saem das regiões Sudoeste, Oeste e Noroeste do Estado em direção ao Porto, retornam carregados.


A Ocepar e a Faep defendem que os atuais valores de pedágio já estão inviabilizando algumas atividades, como a exportação de milho e a correção dos solos com calcário.


No caso do milho, o custo do pedágio entre Foz e Paranaguá equivale a 6,64% do custo operacional de produção, enquanto no calcário o pedágio representa 40,42% do valor do produto, quando transportado de Almirante Tamandaré a Cascavel.


Koslovski disse ainda que estudo apresenta algumas alternativas que poderiam solucionar o problema detectado pelos empresários dos setor.


Entre as principais sugestões está a cobrança de pedágio unidirecional quando se trata do transporte de produtos agrícolas, corretivos e fertilizantes, já que estas cargas possuem um baixo valor agregado.


A segunda sugestão é para rever os critérios de reajuste anual das tarifas acordado em contrato, passando a utilizar o critério de custos e serviços realmente efetivados nas rodovias.


E a terceira sugestão é a criação de uma Agência Reguladora de Infra-Estrutura que discuta as políticas para o setor e também fiscalize a atuação das concessionárias.


As entidades sugeriram ainda que o governo estadual gestione, junto ao governo federal, o repasse dos recursos arrecadados com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para que o próprio Estado faça a manutenção e recuperação das suas estradas.

Segundo Koslovski, o governador reafirmou o seu compromisso de reduzir o valor das tarifas de pedágio que estão sendo praticadas hoje, para não inviabilizar o setor produtivo no Paraná.


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