Desde o último dia 11 de outubro, quando o governo federal anunciou a liberação do empréstimo consignado vinculado ao Auxílio Brasil, o que se viu foi uma corrida aos bancos.
Entre os beneficiários do programa de transferência de renda, uma população mais carente e muitos deles em situação de vulnerabilidade econômica e social, a oferta de dinheiro inesperada soou como um alívio e uma via rápida para a solução das necessidades mais urgentes.
Mesmo sem a certeza de que o pagamento do auxílio no valor de R$ 600 será mantido a partir de 2023, sem se atentar para a alta taxa de juros e sem um planejamento financeiro para quitar o empréstimo, quem teve o pedido aprovado comemora e faz planos para a utilização do recurso.
A trabalhadora autônoma Aline Nataly Pelegrini de Oliveira Sales está desempregada e vive de bicos. Faz “de tudo”. Panfletagem, faxina, trabalha como auxiliar de cozinha, “o que aparecer”.
“Só tenho renda quando eu faço uns bicos. Se não aparecer nada, só tenho o auxílio”, contou. Somados, os recursos repassados pelo governo chegam em torno de R$ 800 e ela recebe ainda o vale gás. Quando soube que os empréstimos consignados haviam sido liberados, entrou com o pedido. O primeiro foi negado, ela insistiu e agora aguarda a liberação de R$ 3.313,03 pela Caixa. “Deram 15 dias para eu receber”, disse.
O dinheiro ainda não entrou na conta de Sales, mas já tem destino certo. Reformar a casa, pagar uma parte das dívidas e, com o restante, “comprar umas coisinhas de casa, que estamos precisando”.
Em situação de desamparo, o empréstimo foi a luz no fim do túnel que a autônoma esperava.
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