Os funcionários da Eletrosul, empresa que tem sede em Florianópolis e distribui energia em alta tensão nos estados da região Sul e no Mato Grosso do Sul pararam as atividades por duas horas nesta terça-feira. Das 8 às 10 horas, eles participaram da manifestação nacional que foi realizada por cerca de 20 mil eletrecitários de várias empresas do setor em todo o País. O protesto serviu para pressionar a Eletrobrás a abrir um canal de negociação com os trabalhadores.
Os 150 funcionários que atuam nas sub-estações de Curitiba e Foz do Areia, no Paraná, participaram do protesto. Jorge Felipe Carminati Grein, diretor do Sindicato dos Eletrecitários de Curitiba, diz que existem duas pautas de reivindicações, uma que atende apenas a Eletrosul e outra os trabalhadores de todo o País.
Entre as solicitações dos funcionários da Eletrosul estão tiquete-alimentação e pagamento de diárias. Já a pauta nacional pede a reposição salarial de 7,09%, abono por perda de salário de 52% (que aconteceu nos últimos 12 meses) e a realização de concurso público para que o setor possa repor as vagas que foram perdidas com a saída de funcionários ao longo dos anos. "Desde o governo Collor o setor elétrico perdeu 130 mil vagas em todo o País", diz Carminati.
Os eletrecitários entregaram a pauta de reivindicação ao presidente da Eletrobrás, Cláudio Ávila da Silva, em meados de abril. Uma reunião foi marcada para o dia 25 do mesmo mês, mas acabou sendo adiada para o dia 10 de maio. Novamente o encontro foi desmarcado sem a previsão de uma nova data. É isso que os trabalhadores querem reverter com as manifestações. Se não houver uma resposta da Eletrobrás, eles prometem protestos mais duros.
Carminati garantiu que a paralisação de duas horas não prejudicou a transmissão de energia. A Eletrosul possui 1,3 mil funcionários no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. No Paraná, atuam 150.