O presidente em exercício do Banco do Nordeste, Pedro Eugênio Toledo Cabral, afirmou que a inadimplência é uma questão cultural, observada principalmente na região Nordeste. A afirmação foi feita em resposta a questionamento do deputado Marcondes Gadelha (PTB-PB) sobre a relação entre a inadimplência no Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e as taxas altas de juros.
Segundo Cabral, que participa de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, o problema ocorre também devido à falta de capacidade do banco em adotar mecanismos de cobrança. Ele alertou, porém, que "este governo não vai tolerar que essa cultura continue a existir. Quem tomar dinheiro público vai ter que pagar".
O dirigente do BNB informou que as taxas de juros praticadas pelo banco são as mesmas adotadas pelo mercado financeiro – cerca de 8% a 10% ao mês. Segundo ele, os recursos disponíveis para operações de microcrédito estão em torno de R$ 76 milhões. Mas o objetivo do banco é chegar, até o fim do ano, a R$ 100 milhões.
O deputado Marcondes Gadelha lembrou declaração do presidente Lula de que os recursos para microcrédito poderiam chegar a R$ 2,4 bilhões para indagar do presidente do BNB se não considera a meta da instituição "pouco ambiciosa". Cabral explicou que o programa de microcrédito a que Lula se referiu é o crédito direto ao consumidor, e não o crédito para produção.
Ainda segundo Pedro Cabral, o Banco do Nordeste tem para emprestar, somando todas as suas linhas de financiamento, aproximadamente R$ 800 milhões.