A vulnerabilidade é uma das características de quem está desempregado. Lançar-se no mercado sem planejamento pode ser uma armadilha ao candidato. Casos recentes de golpes em quem está à procura de trabalho acendem um alerta. Em um exemplo, o golpista entra em contato anunciando a seleção para uma vaga, mas pede um pagamento, supostamente para a realização de um exame admissional ou de um curso necessário ao trabalho. Em versões mais complexas, o golpe pode envolver esquemas de pirâmide, manipulação de avaliações em plataformas digitais, fraude e roubo de dinheiro e de dados.
Do ponto de vista do CEO do Grupo Sagacy, Luiz Fernando Silva, de Londrina, todo processo de recrutamento sério é pautado pela ética e transparência. "Embora se parta do pressuposto de idoneidade da empresa, é preciso estar atento, pois infelizmente há golpes com ofertas de cargos que não existem. São realmente golpes com o objetivo de levantar dados pessoais - e quando o candidato está desesperado, pode ceder diante de um suposto 'head hunter' que passa a cobrar pelo seu serviço de colocação no mercado de trabalho", explica Silva.
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Mestre em Mercado e Empreendedorismo e com atuação na área de Gestão de Pessoas, Silva considera que o trabalhador deva se cercar de informações e estar preparado. "Estar preparado e conhecer a empresa, suas características institucionais, assim como as qualificações para o cargo e se o valor oferecido está dentro da realidade do mercado". O CEO ensina que a transparência é um sinal importante. "Assim como um 'head hunter' (especialista em recrutamento) deve informar qual a empresa, ele não deve coletar dados pessoais, pois isso de faz em um momento posterior, quando é acordada a contratação", cita. "Quanto mais informações o candidato possuir sobre a vaga e quem a oferece, mais seguro", ratifica.
Antecipe-se aos golpistas
O mundo está em constante transformação e a maneira de se apresentar ou se recolocar no mercado também. Embora raro, o currículo impresso, levado para entrevista deu lugar a outras opções de seleção. Assim, o meio eletrônico traz facilidades e também requer cuidados. Então, desconfie de ofertas muito generosas, enviadas por desconhecidos. Ainda que a mensagem inclua o nome de uma empresa conhecida, entre em contato pelos canais oficiais para confirmar a oferta.
As mensagens normalmente contam com um número de telefone ou link para iniciar uma conversa, em que o usuário recebe um endereço para cadastro em uma plataforma. Após o cadastro, é solicitado ao usuário que faça uma transferência inicial via PIX. É um valor baixo, pode ser de R$ 20, para uma conta física que você não sabe de quem é. E eles fazem a promessa de que ao fazer este aporte você receberá de volta este valor e mais uma comissão, só por ter se cadastrado. A etapa que serve para ganhar a confiança do usuário: e realmente cumprem com esse combinado. Você recebe o primeiro aporte e a comissão, que pode até dobrar o valor enviado.
O esquema usa a gamificação, ou seja, estratégias de jogos para motivar o envolvimento e participação do usuário. Mas, conforme as tarefas são executadas, são solicitados aportes maiores e tarefas mais difíceis, para que os golpistas ganhem tempo e aumentem o número de recrutados. Em determinado ponto, quando a plataforma já recebeu muitos cadastros, as plataformas são encerradas e as pessoas perdem o dinheiro aportado.
Além do dinheiro não devolvido, que fica com os criminosos quando encerram a plataforma, há ganhos com a manipulação de avaliações de produtos, tarefas realizadas pelos usuários como condição para o pagamento. Quando você simula a compra, dá estrelas, na verdade, você está manipulando reputações em lojas online.
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