Nos primeiros cinco dias de dezembro o número de consultas ao SCPC - Serviço de Proteção ao Crédito - revela um aquecimento de 1% nas intenções de compra no comércio em comparação com o mesmo período do ano passado. A preocupação com o crédito indica que os consumidores já estão se movimentando nas lojas para fazerem suas compras de natal, constatou o vice-presidente da Associação Comercial do Paraná, Élcio Ribeiro.
Um indicativo desse otimismo foi o resultado da taxa de inadimplência registrada em Curitiba e Região de Metropolitana, no mês de novembro, considerada a mais baixa dos últimos três anos. A taxa registrada pela ACP no mês passado ficou em 2,4%, bem inferior a taxa registrada em outubro que foi de 3,74%.
A taxa de inadimplência reflete o número de registros novos incluídos no cadastro do SCPC menos o número de registros cancelados no cadastro. A diferença entre esses números é avaliada levando em consideração as consultas das lojas comerciais feitas ao SCPC.
Apesar da queda significativa na curva da inadimplência que foi de 11,5%, ainda assim são 31.452 os registros de devedores em novembro, contra 35.560 registros de devedores em outubro. Em função disso, Ribeiro alerta aos comerciantes que continuem fazendo consultas ao SCPC e videocheque para evitar problemas de inadimplência no calor do aquecimento das vendas de natal.
O número de pessoas que acertaram suas dívidas atrasadas em novembro revela a intenção do consumidor em acertar as contas antes de partir para as compras do natal, que devem se intensificar esse mês. No mês passado, 23.501 pessoas quitaram seus débitos junto ao SCPC e 2.190 pessoas quitaram seus débitos no videocheque, informou Ribeiro.
A Associação Comercial mantém sua previsão de aumento nas vendas de Natal entre 3% a 5%, o que não é pouco se for considerado que esse percentual está sendo calculado sobre as vendas realizadas no natal do ano passado, que já registrou um crescimento 8%. Essa previsão indica mais solidez no comportamento do consumidor, que já está preocupado com o "quanto comprar e o que comprar", avaliou Ribeiro.
Segundo ele, o valor médio de vendas esse ano deve se situar entre R$ 35,00 e R$ 50,00 por presente, um "valor razoável que cabe em todos os orçamentos".
Alguns produtos como patinetes e aparelhos de DVD devem se destacar nas vendas desse ano. "Mas no geral, brinquedos e vestuário devem predominar", destacou. Essa estimativa aponta que o consumidor está planejando melhor seus gastos e colocando o valor da compra de acordo com sua renda, evitando as compras por impulso que levavam a taxas elevadas de inadimplência, como acontecia no passado.