O programa de incentivo às vendas de veículos de passeio lançado em junho de 2023 pelo governo federal, aliado a um cenário econômico com melhores perspectivas, ajudou a reverter a tendência de queda nas vendas do setor automotivo e a alavancar os resultados.
O balanço divulgado pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) aponta alta de 12% nas vendas de veículos no ano passado e a projeção é de um crescimento ainda maior em 2024.
Os primeiros meses de 2023 foram de desempenho fraco na indústria automotiva no país. Entre março e abril, a produção nacional de veículos automotores, reboques e carrocerias registrou queda de 4,6%.
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O jogo começou a virar no início de junho, quando o governo federal liberou R$ 500 milhões em créditos tributários e as revendedoras observaram uma alta nas vendas de até 30%. Em poucos dias, as concessionárias viram alguns modelos desaparecer dos estoques, especialmente os veículos mais básicos.
Aliado ao programa federal, o cenário macroeconômico também ajudou a dar um fôlego extra ao setor. Juros em queda, redução da inflação, aumento do poder de compra da população e nível de emprego em elevação foram alguns dos fatores que contribuíram para que o ano de 2023 fechasse no azul, com 12,02% de alta sobre o ano anterior.
No ano passado, foram emplacadas 4.108.041 unidades contra 3.667.325 em 2022. Quase todos os segmentos fecharam o ano com alta: automóveis (9,13%), comerciais leves (20,44%), ônibus (12,63%) e motos (16,10%). Apenas o setor de caminhões terminou o ano em queda, com variação de 16,39%.
Em dezembro, o total de veículos vendidos nas concessionárias foi de 400.020 unidades, um crescimento de 10,74% ante novembro (361.222 unidades) e 9,03% na comparação com dezembro do ano anterior (366.883).
O presidente da Fenabrave, Andreta Júnior, destacou que desde 2019 o Brasil não registrava mais de dois milhões de emplacamentos de automóveis e comerciais leves, indicando um ano de recuperação para o setor automotivo. “Temos que lembrar o impulso das medidas provisórias que estimularam o setor e que mostram que é necessário buscar soluções permanentes que mantenham o mercado aquecido”, declarou.
Andreta ressaltou ainda que além das medidas provisórias com estímulos fiscais, a melhoria do crédito por conta da queda da taxa de juros foi fundamental para a elevação de 12%.
"A disponibilidade e o custo do crédito têm muita influência na decisão de compra pelos consumidores. Com a queda da inadimplência houve maior disponibilização de crédito pelas instituições financeiras e isso foi percebido pelo mercado."
O gerente da Cipasa em Londrina, Luiz Carlos de Andrade, contou que o movimento de recuperação das vendas ficou ainda mais evidente a partir de novembro, com a retomada das campanhas. E ao contrário do que aconteceu em junho, com a concessão de créditos tributários, nos últimos meses do ano os clientes elevaram o nível de exigência.
Se no final do primeiro semestre a maior procura na revendedora da marca Volkswagen era por veículos de entrada, na reta final de 2023 os modelos intermediários ganharam a preferência dos consumidores.
“Vendemos um grande volume de SUVs, como o T-Cross e o Nivus, além do Polo. Algumas versões estavam em falta na montadora”, comentou Andrade. “Foi um dezembro muito bom e o crescimento das vendas está dentro dos 12% (registrados pela Fenabrave).”
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: