O procurador do Estado Paulo Gomes Júnior pretende entrar na Justiça contra o Banestado/Itaú porque o banco compensou um cheque dele duas vezes. Foi debitado na conta do procurador um cheque de R$ 614,00 no dia 02 de maio, e no dia seguinte o mesmo cheque foi debitado novamente. Apoiado no Código de Defesa do Consumidor, Gomes Júnior quer que o banco, além de devolver o dinheiro creditado, pague o dobro.
Na opinião do procurador, o Artigo 42 do texto assegura esse direito a todas as pessoas que sofrerem alguma cobrança indevida. "Quero ver o código funcionando, não parado em uma prateleira", afirmou. Para ele, o banco tem que respeitar as leis que defendem o consumidor, já que é assinado um contrato entre a instituição e o cliente. "Senão é muito fácil, eles ficam debitando taxas ilegais, e daqui alguns dias devolvem, sem pagar nada por isso", opinou.
No dia 07 de maio, quando Gomes Júnior foi à agência do Centro Cívico do Banestado/Itaú, onde ele possui conta, a gerência não soube explicar o que havia acontecido. Segundo o procurador, alguém do banco iria resolver o problema e avisá-lo. Gomes Júnior disse que até ontem à tarde ninguém havia falado com ele. Ele ficou indignado com a situação, que considera comum. "Não é sempre que a gente olha com cuidado no extrato, e às vezes, se o valor é pequeno, a gente nem repara", observou.
A diretora de Marketing do Banestado, Cristiane Brant, admitiu que o banco errou ao compensar o cheque em duplicidade. "Não é comum, mas pode acontecer", declarou. Ela explicou que na manhã de ontem já havia sido feito o estorno do valor, sem nenhum ônus ao cliente, e que não era possível fazer a devolução imediatamente por questões de prazos de compensações e informações. Em relação à devolução em dobro do valor debitado, o diretor de Relações Institucionais do Banestado, Aldous Galletti, disse que não é possível saber se o caso do procurador se ajusta ao que prevê o Código do Consumidor.