O processo de desestatização da Copel foi oficializado nesta segunda-feira (14), na sede da B3, em São Paulo, após a cerimônia de toque de campainha que encerrou a oferta das ações. O evento contou com a presença do governador Ratinho Junior e do diretor-presidente da Companhia, Daniel Pimentel Slaviero.
O processo deve movimentar R$ 5,2 bilhões e a participação do Estado na Companhia deve passar de 31,1% para 15,6%. A operação gerou R$ 2,6 bilhões aos cofres públicos, mas com o lote suplementar o valor destinado ao Estado salta para R$ 3,1 bilhões.
O governo estadual informa que, mesmo com a desestatização, o Paraná se mantém como acionista relevante da Companhia, sendo o único com direito a uma Golden Share – uma ação de classe especial que garante poder de veto em determinadas decisões e investimento mínimo na distribuição de energia.
"Nós damos um passo gigante para fazer da Copel uma das maiores empresas do Brasil. Hoje a Copel já é a maior empresa do Paraná e a partir de agora, com essa modernização, estamos tirando ela das amarras burocráticas, acabamos com as indicações políticas, e ela passa a ser uma empresa que vai ter condições de, nos próximos anos, se tornar uma das três maiores empresas de energia do País", disse o governador à Agência Estadual de Notícias.
Esses recursos, ainda segundo o governo, serão utilizados em um grande pacote de obras de habitação, educação, infraestrutura urbana e rodoviária e sustentabilidade. "Além disso, a Companhia ganha agilidade para investir mais no Paraná, dentro do foco de geração e distribuição de energia, e atender melhor à população, inclusive com a manutenção dos programas sociais", pontua o governo.
A operação da Copel foi uma das maiores do setor na bolsa nos últimos anos, segundo o vice-presidente de Produtos e Clientes da B3, Juca Andrade. "Foi uma operação emblemática para o setor,, tanto no aspecto de governança, como no aspecto do tamanho da oferta e de liquidez da ação. Foi uma operação muito bem recebida pelo mercado", acrescentou.
Essa oferta pública consistiu na distribuição primária de 229.886.000 ações e uma distribuição secundária de 319.285.000 ações. A operação foi estruturada pelo BTG Pactual (coordenador líder), Itaú BBA, Bradesco BBI, Morgan Stanley e UBS BB (coordenador da oferta).
A transformação da Copel em uma corporação segue alvo de críticas de opositores de Ratinho Junior, que afirmam que o dinheiro obtido com a venda das ações é referente a sete anos de lucro da companhia.