O Produto Interno Bruto (PIB) deve fechar este ano com crescimento de 0,6%, conforme expectativa do Banco Central, divulgada há pouco no relatório trimestral sobre inflação. A estimativa passada era de 1,5%.
De acordo com analistas do BC, a fraca projeção sobre a soma das riquezas produzidas no país decorre, em grande parte, da contração não antecipada de 1,6% do PIB no segundo trimestre deste ano, comparativamente ao trimestre de janeiro a março.
O relatório destaca, no entanto, a austeridade na condução das políticas fiscal e monetária, com reflexo eficaz no controle inflacionário. Fator que, somado à estabilidade da taxa de câmbio e à melhora do perfil da dívida pública, contribuiu para um cenário favorável à redução da taxa básica de juros, que nos últimos quatro meses caiu de 26,5% para 20%. De acordo com o BC, isso cria condições para a retomada da produção e sugere trajetória declinante para a relação dívida/PIB.
O relatório do BC estima, ainda, a possibilidade de o país chegar ao fim do ano com inflação de 8,9%, caindo para 3,9% em 2004. Projeções feitas a partir de um cenário básico, construído a partir das hipóteses de manutenção da taxa Selic nos atuais 20% ao ano e câmbio estável no patamar de R$ 2,90. Nesse particular, o BC diverge do mercado, que prevê Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 9,65% e taxa de câmbio em R$ 3,10 no fim do ano.