O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana começou, em Curitiba, uma campanha de desgaste da imagem do Governo do Paraná e da nova direção do Banestado, o banco Itaú. Foi instalado um placar com o número de funcionários demitidos após a privatização, que aconteceu em outubro do ano passado. Nesta terça-feira, o placar informava 569 demissões.
O diretor de relações internas do Itaú, Aldos Galeti, diz que está havendo ajustes normais no banco. "Quando duas empresas grandes se fundem, como foi o caso do Itaú e Banestado, são necessários alguns ajustes que são normais."
Diretores do Itaú/Banestado e representantes do sindicato dos bancários devem se reunir no Ministério Público do Trabalho, em Curitiba. A procuradoria do trabalho determinou que a direção do banco apresentasse o plano de demissões dos funcionários. A assessoria do Itaú/Banestado informou que os diretores só falarão sobre o assunto hoje, na promotoria do trabalho.
"O banco recebeu incentivos financeiros públicos para reduzir os impactos sociais da privatização e o Itaú usa esses recursos para promover demissões", critica o presidente do Sindicato, José Daniel Farias. Galeti diz que hoje diretores do Itaú entregarão aos promotores de justiça do trabalho uma proposta de plano de demissão voluntária no Banestado. "Acredito que o sindicato e o banco estão caminhando para um entendimento", diz.
Em vários municípios do interior do Paraná também serão instalados placares com o total de demissões. A atualização dos números será semanal. Segundo Farias, o governo do Estado tem uma parcela de responsabilidade nos problemas enfrentados pelos funcionários do Itaú/Banestado. "O governador Lerner veio a público para dizer que a privatização seria benéfica e garantiria melhores condições de trabalho aos 7,5 mil funcionários do banco, mas o que está acontecendo é exatamente o contrário", diz.
Em Curitiba, o placar de demissões foi colocado sobre um carrinho de pipoca que fica em frente à agência da rua XV de Novembro. Esse carrinho será levado a todos os pontos do calçadão da XV de Novembro diariamente. O sindicato pretende instalar um aparelho televisor no carrinho. "Vamos mostrar imagens do governador defendendo a privatização do Banestado."
Leia mais em reportagem de Emerson Cervi, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira