Segundo o IBGE, a falta de estudo e trabalho afeta sobretudo as mulheres pretas ou pardas de 15 a 29 anos. Esse grupo era composto por 4,7 milhões no ano passado, ou 43,3% do total de jovens afastados das atividades de ensino e laborais (10,9 milhões).
Homens pretos ou pardos (2,7 milhões ou 24,3%), mulheres brancas (2,2 milhões ou 20,1%) e homens brancos (1,2 milhão ou 11,4%) vinham na sequência.
Os dados integram a Síntese de Indicadores Sociais. A publicação analisa estatísticas de fontes como a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), também produzida pelo IBGE.
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O jovem que não trabalha nem estuda costuma ser chamado de nem-nem por diferentes estudos. O IBGE, contudo, evita usar esse termo porque uma parcela desse grupo pode exercer atividades não remuneradas dentro de casa, sem estar necessariamente ocupada com algum emprego.
Do total de 10,9 milhões que não estudavam nem estavam ocupados em 2022, a fatia de 61,2% era considerada pobre pelos critérios da pesquisa vivia com menos de US$ 6,85 por dia em PPC (paridade do poder de compra). A extrema pobreza atingia 14,8% desse grupo abaixo de US$ 2,15 por dia, também em PPC.
Segundo o IBGE, quanto menor o rendimento domiciliar, maior é a parcela de jovens que não estudam nem estão ocupados. Em 2022, 49,3% dos jovens dos domicílios 10% mais pobres estavam nessa condição um em cada dois. No início da série histórica, em 2012, o percentual era menor, de 41,9%.
De acordo com o instituto, o número de 10,9 milhões de jovens afastados dos estudos e do trabalho é o menor da série. O IBGE, no entanto, ponderou que o total de jovens de 15 a 29 anos também diminuiu ao longo do período.
Ao atingir 22,3%, o percentual dessa faixa etária que não trabalhava nem estudava recuou ante 2021, quando estava em 25,8%. A proporção mais recente, contudo, não é a menor da série. A mínima foi registrada em 2013 (21,6%).
O IBGE associou a redução do número e da proporção de jovens que não estudavam nem estavam ocupados em 2022 à retomada do mercado de trabalho.
"Essa queda em 2022 está muito atrelada à recuperação do mercado de trabalho. O percentual de jovens ocupados cresce, enquanto o de jovens que não estudam e não estão ocupados cai", disse Denise Guichard Freire, uma das analistas da síntese do IBGE.
"Quando há uma crise, os jovens são os primeiros a serem dispensados. Agora, nessa retomada, eles têm conseguido voltar aos poucos ao mercado de trabalho", completa.