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'Coringa, Delírio a Dois': sequência com Joaquin Phoenix e Lady Gaga perde peso político e social

03 out 2024 às 08:45

Dois indivíduos dementes com uma música no coração podem encontrar amor? “Joker: Folie à Deux” reúne o príncipe palhaço do crime de Gotham City e Harley Quinn, resultando em sequência ambiciosa com grandes oscilações que acabam comprometendo em parte o resultado. 


Cinco anos depois, esta continuação explora ainda mais a mente fragmentada do assassino Arthur Fleck, mas sem a visão social e política que tornou o filme original tão provocante e perturbador. Joaquin Phoenix demonstra mais uma vez sua disposição (de resto permanente) de correr riscos – neste caso, cantando ao lado de Lady Gaga, claro que muito mais habilidosa tecnicamente. 


Mas esta performance, que já esteve tão sintonizada com o frágil estado mental do personagem, em “Delírio a Dois” parece ainda melhor, mesmo se repleta de floreios déjà vu.



A mesma dupla que alcançou enorme sucesso de crítica (levou o |Leão de Ouro de melhor filme em Veneza 2019) e público (mais de U$ 1 bilhão de bilheteria ao redor do mundo) antes da pandemia está de volta, Todd Phillips diretor e Joaquín Phoenix no papel que lhe rendeu o Oscar. 


A verdade é que o intérprete poderia estar ainda melhor nesta segunda parte, na qual sua atuação mistura fragilidade, loucura, violência, o riso perturbador e exagerado que deu ao personagem, e agora com o acréscimo de dança e canto. 


Não há dúvida de que “Joker: Folie à Deux” é um musical, apesar de frequentes afirmações do realizador, que passou os últimos meses repetindo à imprensa que não utilizou o gênero.


Lady Gaga apenas aumentou o poder de fogo comercial desta tão aguardada sequência, embora as armadilhas musicais do filme possam arrefecer um pouco o entusiasmo antecipado.


Não há como negar, acima de tudo, que a originalidade está nos números musicais, que prestam homenagem ao cinema e à televisão americanos, a estrelas clássicas como Judy Garland e Fred Astaire ou mesmo Sonny e Cher, mas sempre com instintos assassinos ameaçando vir à tona. Uma espécie de play list de sucesso, o sonho do personagem, que serve para examinar a mente perturbada e perigosa de Arthur Fleck e que conta com o poder de Lady Gaga e o carisma de Joaquín Phoenix. 


Uma exibição visual (e uma execução musical que custou quase 200 milhões), e que vem acompanhada de músicas como “Get Happy”, “For Once in My Life” e “That’s Life”.


Leia a resenha completa na FOLHA DE LONDRINA:


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