Em 2021, o número de consumidores orgânicos no Brasil cresceu 63%, segundo a Organis, organização especializada no setor. Com o aumento da demanda por esses alimentos, o desafio da comercialização se intensificou, pois as feiras e as vendas por encomenda nem sempre são suficientes para escoar a produção. No Paraná, as compras públicas executadas pelo governo estadual são fundamentais para ajudar a fechar essa conta.
Programas como o Compra Direta Paraná, da Seab (Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento), ajudam a garantir renda para produtores de orgânicos no Estado. Por meio dele, associações e cooperativas cadastradas por edital entregam a produção a entidades socioassistenciais, como asilos, hospitais, creches, restaurantes populares, cozinhas comunitárias, Cras (Centros de Referência de Assistência Social) e Creas (Centros de Referência Especializado de Assistência Social).
O governo faz o pagamento pela produção entregue. Embora o edital aceite inscrições da agricultura convencional, a produção orgânica é melhor remunerada, uma das formas que o Estado utiliza para estimular a prática agroecológica. Estudos do Deral (Departamento de Economia Rural) mostram que os alimentos orgânicos são, em média, 30% mais caros do que os convencionais nas feiras do Paraná.
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O Paraná vive ainda o desafio de incluir alimentação exclusivamente orgânica nas escolas até 2030, o que tem exigido esforço de todo o Sistema Estadual da Agricultura – Seab e suas vinculadas – para ampliar o estímulo a esse tipo de produção, incluindo o acréscimo de até 30% para as culturas agroecológicas ou orgânicas, em relação aos preços estabelecidos para produtos convencionais.
No caso dos produtores em processo de transição, o preço pode ser 10% maior. Isso reflete, ainda, em benefícios à saúde dos próprios agricultores pela não exposição a agroquímicos, e a consequente melhoria do meio ambiente.