Brasil

Tarifa zero nos ônibus começa neste domingo (17) em São Paulo

15 dez 2023 às 09:21

Os paulistanos terão neste domingo (17) uma nova experiência com ônibus gratuitos na capital. A medida, anunciada na segunda-feira (11) pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), também valerá no Natal (25), no Ano Novo (1º) e no aniversário da cidade, em 25 de janeiro.


Segundo Nunes, a tarifa zero deverá contemplar 1.175 linhas e uma frota de 4.830 ônibus. O modelo deve funcionar das 0h às 23h59 dos domingos e a expectativa é de beneficiar 2,2 milhões passageiros.


A prefeitura afirmou que a medida terá um custo anual de R$ 238 milhões —esse é o valor que as tarifas pagas aos domingos atualmente rendem aos cofres públicos. Segundo a gestão, esse será o único custo novo do projeto, já que não será necessário aumentar os subsídios pagos às empresas de ônibus, atualmente de R$ 6 bilhões por ano.


"Temos uma frota 60% ociosa aos domingos, não será necessário fazer implementação do subsídio. Vamos deixar de receber o valor das tarifas, mas vai ter um ganho para toda a cidade, inclusive para saúde mental da população", afirmou o prefeito.


Ele disse que não há previsão que a medida aumente a demanda pelos ônibus. Também não se comprometeu com um prazo de duração do novo programa. "Vamos manter aos domingos, mas toda política pública pode precisar de um ajuste, a intenção é manter."


Por enquanto, a medida não será aplicada durante a madrugada dos outros dias, como chegou a ser cogitado. Mas Nunes disse que isso ainda poderá acontecer no futuro. A princípio, também não haverá tarifa zero durante os feriados.


COMO USUFRUIR DA GRATUIDADE?


Para quem já possui o Bilhete Único, a SPTrans garante que o usuário poderá passá-lo na catraca, porém, o valor não será debitado do cartão como nos demais dias. "Para o usuário que não tem o Bilhete Único, o cobrador tem um bilhete de bordo que vai liberar a catraca. Para os casos de ônibus sem cobrador, o motorista tem um dispositivo que tem condições de liberar a passagem", explicou o diretor-presidente da SPTrans, Levi Oliveira.


A TARIFA ZERO VALE EM QUAIS DIAS?


A gratuitidade será aplicada apenas aos domingos e nos feriados de Natal deste ano, Ano Novo (1º de janeiro de 2024) e no aniversário de São Paulo, no dia 25 de janeiro do ano que vem. O horário será da 0h às 23h59. Nos demais feriados, segundo a prefeitura, não há previsão de passagem livre. Também não há previsão de encerramento do projeto.


HAVERÁ TARIFA ZERO EM OUTROS DIAS?


Uma das possibilidades que foram analisadas pela prefeitura era a tarifa zero durante todos os dias de madrugada, entre 0h e 4h, mas esta opção está descartada por enquanto.


COMO FICA A INTEGRAÇÃO COM METRÔ E TREM?


O prefeito paulistano diz que, com a oferta de 1.175 linhas gratuitas, a população não precisará utilizar as linhas férreas. Metrô e CPTM, sob responsabilidade do governo estadual, não aderiram ao programa e vão cobrar a passagem normalmente. A partir de 1º de janeiro, as tarifas das linhas férreas serão reajustadas para R$ 5.


QUAL SERÁ A FROTA AOS DOMINGOS?


A prefeitura estima que receberá, por domingo, 2,2 milhões de passageiros. Para atendê-los, 4.800 ônibus estarão nas ruas em 1.175 linhas.


A prefeitura não apresentou nenhum dado que sugerisse o aumento da demanda de passageiros. Em cidades que adotaram o modelo semelhante, a quantidade de usuários praticamente dobrou.


QUANTO VAI CUSTAR O PROJETO?


A prefeitura diz que não há previsão de precisar pagar a mais às empresas pelo passe livre. No entanto, a gestão municipal deverá renunciar, pelo menos, uma receita de R$ 240 milhões ao ano. Essa cifra equivale ao que a prefeitura deixará de receber com as catracas livres aos domingos.


Neste ano, a administração municipal deverá custear R$ 6 bilhões dos gastos com os ônibus e, segundo Nunes, há uma ociosidade de 60% da capacidade dos coletivos. "Com isso, não será necessário fazer implementação do subsídio", afirma Nunes.


Ao votar o orçamento da cidade para o ano que vem, a Câmara dos Vereadores aprovou uma reserva de R$ 500 milhões para o Executivo custear o transporte coletivo gratuito.


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