A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) iniciou nesta segunda-feira (14) vistorias em cinco viadutos que cortam a avenida Pedro I, onde uma estrutura desse tipo desabou no último dia 3. Os trabalhos devem ser realizados por 30 dias para verificar se "qualquer variação de posição desses viadutos" após o desabamento, que causou duas mortes e deixou 23 feridos.
Por meio de nota, a PBH informou que "diariamente" serão feitas medições por equipes da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e que também será contratada uma empresa para que os viadutos sejam "vistoriados por uma consultoria independente", com a participação de engenheiros, arquitetos e topógrafos, com acompanhamento da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec).
Quatro estruturas que serão analisadas - Viadutos A e B e nas ruas Monte Castelo e João Samarra - estão com tráfego liberado e, ainda segundo a prefeitura, não haverá necessidade de interdição para a realização dos trabalhos. Além destes, também será monitorada a alça do viaduto na rua Montese que ficou de pé, ao lado da estrutura que desabou, no trecho da avenida Pedro I que continua com trânsito impedido.
A liberação do tráfego no local havia sido marcada para o último sábado (12), o que não ocorreu, apesar de parte do viaduto já ter sido demolida e retirada da pista, que foi recuperada por operários contratados pela Construtora Cowan, responsável pela obra no local.
De acordo com o coordenador da Comdec, coronel Alexandre Lucas, a previsão é de que o trânsito seja liberado "daqui a alguns dias". "Nós resolvemos não passar nenhuma data para que não fique adiando. Assim que o projeto de escoramento tiver terminado, nós vamos liberar a via", disse, referindo-se ao reforço que é feito na alça que permanece de pé.
Investigação.
Nesta segunda-feira, também por meio de nota, a Polícia Civil mineira informou que ainda aguarda a remoção de parte da estrutura que desabou para que seja analisado o pilar central que teria afundado seis metros - o que pode ter causado o desabamento.
Para que os peritos tenham acesso ao pilar, a estrutura está sendo "fatiada" por um fio diamantado e cada parte retirada com o auxílio de guindastes.
Os peritos ainda vão analisar se será possível usar a técnica até a total demolição do viaduto de forma a garantir "a segurança dos moradores da região e funcionários da obra, além da preservação da estrutura do pilar".
O laudo vai embasar o inquérito por meio do qual já foram ouvidas 32 pessoas, entre vítimas, testemunhas e operários. Segundo a polícia, ainda vão prestar depoimentos os engenheiros da Cowan e "demais pessoas relacionadas ao desabamento".