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Comportamento e economia

População brasileira vai parar de crescer em 2041, diz IBGE; entenda os motivos

Eduarda Ventura - Estagiária*
23 ago 2024 às 17:00
- Paulo Pinto/ Fotos Públicas
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A população brasileira vai parar de crescer em 2041, de acordo com as projeções divulgadas nesta quinta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além de uma queda na taxa de fecundidade, os dados ainda mostram que as mulheres estão tendo filhos cada vez mais tarde. 


O órgão aponta que, de 2000 para 2023, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher, e deve recuar até 1,44 em 2040, quando atinge seu ponto mais baixo. A partir disso, as projeções indicam que o país passa a ter um número de óbitos maior do que o de nascimentos. 


De acordo com o IBGE, essa diminuição deve acontecer de forma gradativa para cada estado, com Rio Grande do Sul e Alagoas sendo os primeiros a reduzir sua população, já em 2027, e com Santa Catarina e Roraima sendo os últimos, em 2064. O Paraná deve apresentar uma redução em 2045. 

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A escolha de ter menos filhos 


As novas projeções do IBGE também indicam um aumento da idade média da maternidade. Em 2000, as mulheres tinham filhos, em média, com 25,3 anos. Já em 2023, essa idade passou a ser de 27,7 anos e, por fim, a previsão para 2070 é que chegue a 31,3 anos. 

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A ginecologista e obstetra do HU (Hospital Universitário) Camila Romero, especialista em medicina reprodutiva e ginecologia endócrina, diz que existem diversos fatores para essa mudança de comportamento das mulheres, sendo a carreira profissional o principal deles. 

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"Muitas vezes a mulher, hoje em dia, prioriza a questão da realização profissional e a  pessoal, em relação a viagens, alcançar objetivos como comprar uma casa, estar bem estabelecida [profissional e financeiramente], alcançar altos cargos em empresas que demandam uma maior dedicação. Ter um fillho limitaria esse crescimento", explica a especialista. 


Além disso tudo, a ginecologista ainda aponta para a questão da falta de um companheiro. Muitas mulheres desejam ser mães, mas, por problemas de infertilidade ou por não encontrar o companheiro ideal, acabam adiando o sonho. 

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"Essa questão do companheiro também é algo que muitas vezes atrapalha, porque elas até querem ter filhos, mas, como não encontraram alguém bacana e já estão com uma idade mais avançada, isso dificultaria a gestação de forma natural, devido ao relógio biológico. Assim, acabam optando por não ter filhos", ressalta. 


Muitas vezes, as mulheres estão em sua melhor fase na carreira por volta dos 30 a 35 anos, entretanto, nessa mesma idade a reserva ovariana passa a ter uma declínio. "Esse relógio biológico acaba sendo cruel em relação às mulheres, porque, muitas vezes, o melhor momento da vida dela em relação à profissão e a realizações pessoais é quando o relógio biológico acaba estando mais comprometido." 

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Economia afetada 


Com a diminuição da taxa de fecundidade, o custo com a saúde e com a previdência social, que envolve aposentadorias e programas de assistência social, aumenta graças ao envelhecimento da população, resultado de uma menor taxa de nascimentos e uma população com uma maior expectativa de vida. 

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O professor de economia da UEL (Universidade Estadual de Londrina) Sinival Pitaguari explica que esses fatores podem apresentar problemas, já que o país vai ter menos pessoas em idade laboral e mais em idade de aposentadoria ou dependentes, como crianças, adolescentes e jovens estudantes que não trabalham. 


O Brasil pode adotar algumas medidas para solucionar essa questão, como aponta o professor. "A melhor forma de resolver os problemas de financiamento é o investimento em bens de capital, tecnologia e em qualificação da força de trabalho para elevar a produtividade e, principalmente, elevar a produção de bens e serviços de alto valor agregado, aumentando o PIB (Produto Interno Bruto) per capita e a arrecadação per capita do país." 

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Apesar de ser algo contraintuitivo, a solução pode estar no Estado aumentar os seus gastos, como diz o professor. "O problema é que há um dogma econômico de que o Estado tem que diminuir seus gastos, quando, na verdade, ele precisa aumentar, não apenas com o social, como também naquilo que permita gerar o desenvolvimento econômico, como investimento em educação, em ciência e tecnologia, em infraestrutura produtiva."


O economista ressalta que há uma desigualdade social na taxa de natalidade, já que ela é muito maior entre as famílias mais pobres do que as ricas, por fatores como o menor nível de educação e acesso à informação e os custos de manter os métodos contraceptivos.

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"A desigualdade econômica não é apenas em dinheiro que as pessoas recebem. Ela tem múltiplas dimensões, inclusive no acesso, quantitativo e qualitativo, de capital social como escolas, postos de saúde, espaços de lazer e esporte e de cultura", exemplifica. 


*Sob supervisão de Luís Fernando Wiltemburg


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