O trecho da Ciclovia Tim Maia desabou no mar após ser atingido por uma onda porque a pista não estava presa aos pilares, apenas encaixada. Essa é a conclusão da perícia do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) e consta da representação que instaura inquérito civil público para apurar as responsabilidades pelo acidente, no dia 21. Dois homens caíram no mar revolto e morreram.
O MP-RJ vistoriou a ciclovia na tarde do desastre. Na representação, informa ter verificado a existência de um pilar com rachaduras. A obra foi inaugurada em 17 de janeiro deste ano. Custou R$ 45 milhões, segundo a prefeitura do Rio. No documento, o promotor Vinicius Leal Cavalleiro afirma "que houve minimamente uma falha, ou na concepção do projeto, por parte do poder público contratante e/ou na execução deste mesmo projeto (eis que, além de mal projetado, este pode ter sido também mal executado)".
O promotor sustenta a afirmação no laudo preliminar do Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate), do MP-RJ, elaborado pelo arquiteto e urbanista Eduardo Nei de Jesus Vieira e pela engenheira civil Manoela de Moraes Silva, ambos peritos. O inquérito civil investiga suspeita de improbidade administrativa na contratação do consórcio Concremat-Concrejato, executor da obra, pela Geo-Rio (vinculada à prefeitura).
Secretário
Os responsáveis legais do grupo empresarial são parentes do secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Melo, que é investigado pelo MP-RJ. O secretário declarou, por meio de sua assessoria, que "está à disposição do Ministério Público e tem total interesse que fique comprovado que ele não tem nem nunca teve qualquer relação com a empresa além do parentesco".
A prefeitura informou, em nota, que "não tem conhecimento dessas investigações, mas está à disposição para prestar todos os esclarecimentos". O consórcio informou que só se pronunciará no fim das investigações.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.