Análises laboratoriais feitas pela Secretaria de Defesa do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) constataram a presença de fungos, bactérias, ácaros e outras pragas em pacotes de sementes que foram entregues a várias pessoas em todo o Brasil pelos Correios junto com mercadorias compradas pela internet.
Segundo informe divulgado pelo Mapa nesta terça (6), foi identificada a presença de ácaro vivo em uma amostra; de três fungos diferentes em 25 amostras; de bactéria em duas amostras; e possibilidade de pragas quarentenárias em quatro amostras (como plantas daninhas). Toda a análise é feita no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás.
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Até o momento, foram confirmados 258 pacotes de sementes não solicitados em 24 estados e no Distrito Federal. Os únicos estados que ainda não registraram o recebimento do material foram Maranhão e Amazonas. A expectativa é que em 30 dias haja um detalhamento maior desses resultados.
Como noticiado pelo Bonde, as primeiras investigações apontam que as sementes seriam parte de uma técnica comercial chamada "brushing", por meio da qual itens de baixo valor são colocados junto com as encomendas dos clientes, para que os estabelecimentos recebam avaliações melhores nas plataformas de lojas virtuais.
Em entrevista coletiva virtual nesta terça-feira (6), o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, destacou que o material não tem certificação, por isso está sendo feita uma "pesquisa do zero" para identificar os micro-organismos presentes nas sementes. A suspeita é de que as sementes tenham origem em pelo menos quatro países asiáticos.
As pessoas que receberem os pacotes devem encaminhá-los a uma unidade do Mapa ou entidade estadual de agricultura, com a embalagem original.