A brasileira Maressa Crisley Nunes, que foi agredida durante um assalto e sofreu uma tentativa de estupro, contou que os homens fingiram ser entregadores de comida e forçaram a entrada no apartamento onde ela estava. O caso aconteceu no dia 24 de junho em Santiago, no Chile.
Maressa detalhou que suspeitos entraram no apartamento sem se identificar. "Eles realmente entraram sem se identificar. A gente abriu a porta tranquila. E quando o verdadeiro entregador chegou, os dois adentraram com as coordenadas de um outro bandido", afirmou em entrevista ao Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo, nesta quarta-feira (3).
A vítima disse que lutou com um dos agressores para tentar se defender. "Entrei em luta corporal e gritos com o primeiro o bandido, por isso que eu tenho mais hematomas. Eu tinha anéis de ouro, colares, eles arrancaram". Uma amiga de Maressa, que estava no imóvel, também sofreu agressões.
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Três homens são suspeitos do crime. Maressa contou que lembra o rosto de um deles. Eles fugiram e ainda não foram localizados. "Para mim, o crime durou umas três horas, mas foi constatado que durou uma hora".
Ela teve o nariz e um dos ossos abaixo do olho fraturados. "Eu fraturei o meu nariz, o osso abaixo dos olhos, tinha a suspeita do maxilar e levei pontos. A minha expectativa é chegar ao Brasil, operar, poder me olhar com outros olhos, como eu me olhava", disse.
Maressa teve alta do hospital na terça-feira (2) após sete dias internada.
A brasileira foi hospitalizada na madrugada do dia 25, após o assalto. "Eu não consigo nem explicar, porque é um misto de emoções. E infelizmente todas negativas".
Irmã foi assaltada ao tentar ajudar brasileira
Larissa Nunes, irmã da brasileira, contou que viajou ao país para ajudar Maressa e foi assaltada na mesma cidade. À TV Globo, ela criticou a falta de apoio do consulado brasileiro no Chile. "Eles têm conversado comigo, mas em nenhum momento deram apoio necessário do que a gente precisa realmente. Não foram ao hospital, nenhum dia deram suporte, assistente social".
Viagem para o Brasil será paga com doações. A família diz que o governo e o Consulado-Geral do Brasil não estão ajudando, e a viagem acontecerá com os recursos doados pelos amigos de Maressa em uma vaquinha online.
Ministério das Mulheres diz que acompanha o caso e aguarda laudo médico. "A Ouvidoria do Ministério das Mulheres foi informada de que ela teve alta médica e aguarda laudo médico minucioso que a autorize a viajar em voo comercial para demais providências", disse a pasta em nota.
Itamaraty afirmou que está prestando assistência consular à Maressa. O Ministério das Relações Exteriores informou que não fornece mais informações sobre a assistência fornecida em respeito ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação.
Assaltante se disfarçou de entregador para entrar no apartamento. Maressa e a amiga fizeram um pedido por aplicativo. Quando o suposto entregador chegou, ele invadiu o apartamento onde elas estavam hospedadas e anunciou o assalto. O homem roubou relógios, joias, celular e outros pertences das vítimas, segundo relato da família de Maressa ao UOL.
Suspeito gravou as mulheres e chamou outros homens para o local. O assaltante teria gravado as vítimas e as chamado de lindas. Em seguida, passou o endereço para que outros dois homens fossem até o apartamento. O assaltante estava armado e chegou a colocar a arma na boca de Maressa, informou a família.
Vítima é ex-fisiculturista e lutou para tentar evitar estupro. Os três homens tentaram abusar de Maressa, mas ela resistiu.
A mulher entrou em luta corporal e conseguiu tomar a arma de um dos suspeitos. A família acredita que a tomada da arma tenha despertado a revolta do assaltante, que espancou a vítima em seguida. Ela sofreu fraturas na região do olho, do nariz e na mandíbula e precisou ser hospitalizada. A amiga que estava com ela teve ferimentos leves.
Guarda municipal foi acionada, mas os suspeitos conseguiram fugir. Os vizinhos acionaram as autoridades, mas os homens conseguiram fugir pela sacada, disse a família. A irmã de Maressa afirmou que a polícia do Chile fez perícias no local e colheu informações.