O Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), definiu o fenômeno que atingiu a cidade paulista de Campinas na madrugada de domingo (5) como uma microexplosão. O fenômeno tem poder de destruição semelhante ao tornado, que por ser uma força mais destrutiva pode atingir velocidades maiores. Pelo menos 70 árvores caíram, casas ficaram destelhadas, ruas alagadas e duas pessoas ficaram feridas, além de 100 mil imóveis ficarem sem energia.
"A microexplosão não é tão incomum assim e pode ocorrer em situação de tempestade intensa, quando o vento associado à tempestade desce da nuvem em direção ao solo em movimentos radiais, ou seja para o mesmo lado, provocando danos. Pelo seu efeito, é possível confundi-lo com um tornado. Acreditamos que a microexplosão atingiu entre 100 e 120 quilômetros por hora", disse a meteorologista Ana Ávila, do Cepagri.
Segundo Ana, é preciso fazer uma análise criteriosa para diferenciar os tornados das microexplosões. "O que é incomum é que a cada dia vem ocorrendo mais fenômenos intensos com destruição material e às vezes físicas para as pessoas. Isso que tem sido verificado está associado à maior concentração das pessoas em região urbana. Às vezes ocorrem em áreas não urbanizadas, em plantações e canaviais e o que se observa é a plantação deitada".
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De acordo com Ana, não há como prever esse tipo de fenômeno, mas é possível monitorar a formação de tempestades. "A previsibilidade de um fenômeno como a microexplosão é de 20 a 30 minutos por meio de radares meteorológicos", explicou.