Brasil

Dória testa positivo para o coronavírus pela segunda vez com sintomas leves

15 jul 2021 às 16:35

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi reinfectado pelo novo coronavírus, quase um ano após ter tido Covid-19.


Em vídeo distribuído nas suas redes sociais, o tucano afirma que está "se sentindo muito bem e disposto". "Tenho convicção de que estou sendo protegido contra o agravamento da doença pela vacina do Butantan, a qual já tomei as duas doses", disse.



"Eu, como milhões de pessoas, fui protegido graças à vacina", afirmou. Doria foi o promotor do acordo entre o Instituto Butantan e a Sinovac chinesa, que permitiu a importação e formulação do imunizante no Brasil.


Doria havia sentido sintomas leves de gripe na noite de quarta (14), e decidiu fazer um exame de Covid-19 nesta manhã de quinta -os testes são uma constante para todos de sua equipe.


"Meu caso serve de alerta para todos que já foram vacinados seguirem respeitando os protocolos, como uso de máscaras e álcool gel. Pois, todos estão suscetíveis a serem infectados e transmitir o vírus, mesmo vacinados. Não importa a vacina, elas evitam o agravamento da doença, não a infecção", afirmou no vídeo.


Reinfecções não são incomuns, mesmo com a vacinação. O importante, epidemiologicamente neste momento, é a queda no número de casos graves e mortes -o próprio Doria comemorou na quarta uma redução em 46% no número de mortes no estado pela Covid-19 após o início da campanha de vacinação, em fevereiro.


Na esteira desse cenário melhor e na compra de mais doses de Coronavac diretamente da China para o governo estadual, Doria antecipou fim do calendário de vacinação de primeira dose para adultos de 15 de setembro para 20 de agosto, além de anunciar a imunização de adolescentes.


Nesta semana, ele também suspendeu o home office vigente para funcionários do estado, exceto quem for de grupo de risco e não tiver sido ainda imunizado. O prazo para isso não foi definido ainda.


Seja como for, Doria deverá ser alvo de críticas nas redes ligadas ao presidente Jair Bolsonaro, que costuma criticar a Coronavac e trabalhou contra sua compra pelo Ministério da Saúde. Ele o tucano são rivais políticos e se antagonizaram na condução da crise sanitária.


Mais recentemente, citando dados de infecções no Chile, o mandatário máximo mentiu ao dizer que a vacina "não deu certo".


O fato é que cada imunizante funciona de um jeito em determinada população, e há sinais de que vacinas feitas com vírus inativados, como a Coronavac, são menos eficazes na prevenção de infecções do que as que usam tecnologias mais modernas, como as da Pfizer -que nem tampouco evitam 100% dos casos.


Isso não quer dizer que elas sejam piores, até porque todas as evidências até aqui mostram que a Coronavac é bastante eficiente para evitar internações e óbitos.


Doria ficará isolado em casa, provavelmente pelos mesmos dez dias a que se submeteu no ano passado, tocando o trabalho por meio virtual.


Naquele episódio de 2020, não houve complicações devido à doença, tratada pelo mesmo médico de agora, David Uip. Compromissos presenciais em seu nome serão atendidos pelo vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB).


Na segunda (12), Doria participou de um evento com cerca de mil funcionários da educação em São Paulo, mas não houve interação com a plateia, que seguia um protocolo de distanciamento.


Já o evento de filiação de 65 prefeitos paulistas ao PSDB, realizado na quarta, foi comandado por Garcia e pelo secretário Marcos Vinholi (Desenvolvimento Regional), que é o presidente estadual do partido. O vice, que deixou o DEM recentemente, é o candidato de Doria à sucessão estadual -o governador quer disputar a Presidência em 2022.

Como ambos são interlocutores frequentes do governador, deverão se submeter a exames de Covid-19, assim como todos os outros integrantes da administração próximos do tucano.


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