O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi reinfectado pelo novo coronavírus, quase um ano após ter tido Covid-19.
Em vídeo distribuído nas suas redes sociais, o tucano afirma que está "se sentindo muito bem e disposto". "Tenho convicção de que estou sendo protegido contra o agravamento da doença pela vacina do Butantan, a qual já tomei as duas doses", disse.
View this post on Instagram
Leia mais:
Veja rankingOito restaurantes brasileiros estão entre os cem melhores do 50 Best América Latina
Análise globalAdultos com diabetes quadruplicam em três décadas e a maioria não recebe tratamento
'Se usa TNT'Autor de atentado deixou mensagem a pichadora do 8/1 e chamou escultura no STF de 'estátua de merda'
Da cantora SiaMúsica 'Unstoppable' foi usada em clipe por homem antes de se explodir em Brasília
"Eu, como milhões de pessoas, fui protegido graças à vacina", afirmou. Doria foi o promotor do acordo entre o Instituto Butantan e a Sinovac chinesa, que permitiu a importação e formulação do imunizante no Brasil.
Doria havia sentido sintomas leves de gripe na noite de quarta (14), e decidiu fazer um exame de Covid-19 nesta manhã de quinta -os testes são uma constante para todos de sua equipe.
"Meu caso serve de alerta para todos que já foram vacinados seguirem respeitando os protocolos, como uso de máscaras e álcool gel. Pois, todos estão suscetíveis a serem infectados e transmitir o vírus, mesmo vacinados. Não importa a vacina, elas evitam o agravamento da doença, não a infecção", afirmou no vídeo.
Reinfecções não são incomuns, mesmo com a vacinação. O importante, epidemiologicamente neste momento, é a queda no número de casos graves e mortes -o próprio Doria comemorou na quarta uma redução em 46% no número de mortes no estado pela Covid-19 após o início da campanha de vacinação, em fevereiro.
Na esteira desse cenário melhor e na compra de mais doses de Coronavac diretamente da China para o governo estadual, Doria antecipou fim do calendário de vacinação de primeira dose para adultos de 15 de setembro para 20 de agosto, além de anunciar a imunização de adolescentes.
Nesta semana, ele também suspendeu o home office vigente para funcionários do estado, exceto quem for de grupo de risco e não tiver sido ainda imunizado. O prazo para isso não foi definido ainda.
Seja como for, Doria deverá ser alvo de críticas nas redes ligadas ao presidente Jair Bolsonaro, que costuma criticar a Coronavac e trabalhou contra sua compra pelo Ministério da Saúde. Ele o tucano são rivais políticos e se antagonizaram na condução da crise sanitária.
Mais recentemente, citando dados de infecções no Chile, o mandatário máximo mentiu ao dizer que a vacina "não deu certo".
O fato é que cada imunizante funciona de um jeito em determinada população, e há sinais de que vacinas feitas com vírus inativados, como a Coronavac, são menos eficazes na prevenção de infecções do que as que usam tecnologias mais modernas, como as da Pfizer -que nem tampouco evitam 100% dos casos.
Isso não quer dizer que elas sejam piores, até porque todas as evidências até aqui mostram que a Coronavac é bastante eficiente para evitar internações e óbitos.
Doria ficará isolado em casa, provavelmente pelos mesmos dez dias a que se submeteu no ano passado, tocando o trabalho por meio virtual.
Naquele episódio de 2020, não houve complicações devido à doença, tratada pelo mesmo médico de agora, David Uip. Compromissos presenciais em seu nome serão atendidos pelo vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB).
Na segunda (12), Doria participou de um evento com cerca de mil funcionários da educação em São Paulo, mas não houve interação com a plateia, que seguia um protocolo de distanciamento.
Já o evento de filiação de 65 prefeitos paulistas ao PSDB, realizado na quarta, foi comandado por Garcia e pelo secretário Marcos Vinholi (Desenvolvimento Regional), que é o presidente estadual do partido. O vice, que deixou o DEM recentemente, é o candidato de Doria à sucessão estadual -o governador quer disputar a Presidência em 2022.
Como ambos são interlocutores frequentes do governador, deverão se submeter a exames de Covid-19, assim como todos os outros integrantes da administração próximos do tucano.