Um diretor da Caixa Econômica Federal foi encontrado morto nesta quarta-feira (20) na sede do banco, em Brasília. Sergio Ricardo Faustino Batista entrou na Caixa em 1989 e era diretor-executivo de Controles Internos e Integridade da instituição.
As causas da morte estão sendo investigadas pela PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal), mas a apuração preliminar indica tratar-se de um caso de suicídio. O banco afirmou que está contribuindo com as autoridades e prestando apoio aos familiares e amigos do funcionário.
"A Caixa manifesta profundo pesar pelo falecimento do empregado Sérgio Ricardo Faustino Batista. Nossos sinceros sentimentos aos amigos e familiares, aos quais estamos prestando total apoio e acolhimento. O banco contribui com as apurações para confirmar as causas do ocorrido", afirmou a empresa.
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Batista estava à frente da Diretoria de Controles Internos e Integridade desde março. A diretoria é responsável pelo canal de denúncias e é a primeira do banco a receber os relatos de assédio e outras irregularidades enviados a uma empresa externa contratada pela Caixa.
Funcionário de carreira, ele também foi consultor da presidência na gestão do ex-presidente Pedro Guimarães -que deixou o cargo no dia 29 de junho depois de ter sido acusado por empregados da empresa de assédio sexual e moral.
Segundo a Polícia Civil, o caso foi preliminarmente tipificado como suicídio "em razão da vítima ter sido encontrada já sem vida no lado externo do prédio sede da Caixa Econômica Federal".
A presidente do banco, Daniella Marques, enviou uma mensagem aos empregados em que afirma que Batista "era uma pessoa admirada e querida" e manifesta solidariedade à família e amigos.
"Recebi com tristeza o falecimento do nosso empregado Sérgio Ricardo Faustino Batista, diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa. Gostaria de me solidarizar com sua família e amigos. Era uma pessoa admirada e querida", afirmou na mensagem interna.
"De forma especial, expresso meus sentimentos aos empregados da vice-presidência de Riscos e, por meio deles, estender minha solidariedade às demais pessoas que trabalham na Caixa."
O episódio ocorre em meio às repercussões de uma série de denúncias contra o ex-comando da empresa. Desde que as acusações contra Guimarães vieram à tona, o MPT (Ministério Público do Trabalho) e o TCU (Tribunal de Contas da União) abriram procedimentos para investigar o que ocorria na Caixa.
A acusação de assédio contra Pedro Guimarães também está sendo investigada pela Procuradoria da República no Distrito Federal. Em artigo publicado o jornal Folha de S.Paulo, o ex-presidente afirmou que é alvo de "um massacre insano e inquisitorial" e que vai "colecionar todas as provas possíveis para expor esta farsa".
A representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Maria Rita Serrano, afirmou em nota que "o caso exige investigação minuciosa pois, além de trágico, aconteceu no local de trabalho".
"Como todos vocês, estou muito triste e perplexa por essa perda repentina. Meu abraço fraterno e solidário à família e amigos. O caso exige investigação minuciosa pois, além de trágico, aconteceu no local de trabalho."
Na terça-feira (19), o banco anunciou mudanças na corregedoria e afastou dois nomes ligados ao ex-presidente: Antonio Carlos Ferreira de Sousa, ex-vice-presidente de Logística e Operações, e Camila de Freitas Aichinger, ex-vice da Rede de Varejo.
A corregedoria deixará de ser subordinada à presidência e será ligada ao Conselho de Administração -formado também por membros independentes e um representante dos empregados.