Um bebê de 10 meses morreu asfixiado após ficar mais de quatro horas trancado em um carro, na tarde de quinta-feira (8), em Volta Redonda, no sul do Estado do Rio. Manuella Mantila Sueth foi esquecida dentro do carro pelo pai, o gerente de vendas Clóvis Perrut Mantila, de 29 anos, que deveria ter deixado a filha na creche, no bairro Laranjal, antes de cumprir seus compromissos profissionais.
Clóvis contou à polícia que saiu de casa com a filha no banco traseiro, mas raramente levava o bebê à creche e acabou se esquecendo dele. O gerente de vendas estacionou na rua das Margaridas, no bairro Água Limpa, por volta das 13h30, para encontrar dois amigos com quem foi almoçar. Depois o grupo seguiu para outro bairro, a Vila Santa Cecília, e o carro de Clóvis permaneceu no mesmo lugar.
Clóvis só lembrou da filha por volta das 18 horas, quando recebeu uma ligação de sua mulher, Camila Sueth. Ela havia sido informada por funcionários da creche sobre a ausência da filha e questionou o marido. O comerciante pegou um táxi para voltar ao local onde havia deixado o veículo, e avisou amigos para que tentassem chegar primeiro ao carro. Um deles, Walter Andrade, foi quem chegou primeiro. Ele contou à Polícia Civil que quebrou um dos vidros, mas o bebê já aparentava estar morto. Em seguida chegou a mãe de Manuella, que foi impedida por Walter de ver a filha dentro do carro. Clóvis chegou em seguida e levou o bebê ao hospital São João Batista, onde foi confirmada a morte.
O gerente de vendas foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar). Preso em flagrante, pagou fiança de R$ 12.440 e foi libertado. Segundo a 93ª DP (Volta Redonda), Clóvis estava desesperado e chegou à delegacia pedindo para ser preso. Igualmente transtornada, a mãe repetia que precisava amamentar a filha. Camila não prestou depoimento, e só deve ser convocada para isso quando tiver condição psicológica. O carro foi submetido à perícia. O corpo de Manuella foi enterrado na tarde desta sexta-feira (9) e no cemitério Parque Portal da Saudade, em Volta Redonda.