Uma aeronave de pequeno porte caiu em um bananal na cidade de Registro, no interior de São Paulo, matando o piloto, um homem de 70 anos conhecido pelo gosto de voar e por ser um atleta de judô e musculação. O acidente aconteceu por volta de 8h30 da manhã de ontem, enquanto o avião pulverizava uma propriedade na área conhecida como Trilha das Bulhas.
Não houve incêndio, mas Newton Cesar da Silva Vomero, 70, foi encontrado morto. Ele era a única pessoa a bordo da aeronave. Nas redes sociais, amigos e familiares do piloto prestaram homenagens ao idoso, que também era um atleta dedicado a lutas como judô, taekwondo e musculação - tendo competido em torneios de veteranos de algumas das modalidades.
"Com muita tristeza e um aperto enorme no coração, venho através deste comunicar a despedida de nosso grande amigo Vomero Newton, que nos deixou no dia de hoje. Agora ele foi voar e treinar junto ao Senhor", lamentou o perfil da Academia Invicta, que também recebeu o piloto e aluno.
"O Vomero, (como gostava de ser chamado), era um amigo e atleta de alto nível na musculação, estava se preparando para subir nos palcos, era também faixa preta de judô e taekwondista, um verdadeiro amante do esporte, além da sua dedicação exemplar aos treinos, destaco o ser humano prestativo e altruísta que ele foi, ele era admirado por todos, aluno dedicado e com uma disposição de dar inveja a qualquer um. Um ser humano diferenciado. Aos seus familiares e amigos nossas condolências", adicionou a academia.
Nícolas Crepaldi, sobrinho de Newton, também fez uma homenagem ao atleta, destacando sua dedicação à família e seu amor pela aviação. "Lembrarei do senhor assim, feliz e tomando uma cervejinha! O que me conforta é saber que o senhor morreu fazendo o que mais gostava, que era voar. Na lembrança fica cada ensinamento e cada piada que tínhamos nas nossas longas conversas de churrasco? Vai com Deus tio Vomero, o senhor nunca morrerá, porque vai ficar pra sempre em nossa memória! Então vamos viver, que um dia a gente se encontra", escreveu ele.
Segundo o Corpo de Bombeiros da região de Santos, que registrou o incidente, seis bombeiros foram até o local, em duas ambulâncias, por volta de 8h30 de ontem.
A Polícia Militar também foi acionada, mas a corporação não respondeu ao contato do UOL até o momento. Caso haja retorno, a nota será atualizada. O caso foi registrado pela Delegacia Seccional de Registro como encontro de cadáver e o delegado pediu perícia no local do acidente para seguir com a investigação na Polícia Civil, informou a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).
A Força Aérea Brasileira destacou que investigadores do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) já foram deslocados até a cidade paulista para a "ação inicial da ocorrência" com a aeronave, de matrícula PP-IAI.
Nela, os profissionais identificam indícios, fotografam cenas, retiram partes da aeronave para análise, ouvem relatos de testemunhas e reúnem documentos. Não existe prazo para conclusão do processo, que deve determinar as causas que levaram à queda.
"O objetivo das investigações realizadas pelo Cenipa é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes", concluiu o comunicado enviado à reportagem.
O avião comandado por Newton foi fabricado em 1968 pela empresa Piper Aircraft e pertencia à Aero Agrícola Caiçara, segundo registro da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O monomotor não tinha permissão para fazer táxi aéreo, mas estava habilitado para voo, com o CVA (Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade) válido até janeiro de 2023. Seu peso máximo de decolagem era de 1.315 kg.