As fortes chuvas do Rio Grande do Sul causaram ao menos 151 mortes, de acordo com boletim divulgado às 9h desta quinta-feira (16). O número pode aumentar nos próximos dias, já que ainda há 104 desaparecidos.
Leia mais:
Receita Federal abre consulta ao lote residual de dezembro na segunda-feira
No Brasil, inspeção de passageiros em aeroportos é aleatória, garante Anac
Três em cada dez residências não têm rede de esgoto
Senado aprova projeto que limita ganho do salário mínimo e muda regras do BPC
As mortes ocorrem em 44 cidades, conforme a Defesa Civil, e há 806 feridos.
No total, 458 municípios foram afetados, sendo que 77.199 pessoas estão desabrigadas e 538.164 ficaram desalojadas.
Conforme o governo do Rio Grande do Sul, 76.620 pessoas foram resgatadas.
As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e mais de 362 mil alunos foram impactados. Nesta terça, são 1.044 escolas afetadas, 538 danificadas e 83 servindo de abrigo.
A tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.
Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões.
Colapso nos hospitais, dificuldade de equipes de saúde chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.
SITUAÇÃO NO RS APÓS AS CHUVAS
- 151 mortes;
- 104 desaparecidos;
- 806 feridos;
- 77.199 desabrigados (quem teve a casa destruída e precisa de abrigo do poder público);
- 538.164 desalojados (quem teve que deixar sua casa, temporária ou definitivamente, e não precisa necessariamente de um abrigo público - pode ter ido para casa de parentes, por exemplo);
- 2.281.774 pessoas afetadas no estado.
O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre (RS), ficou abaixo dos 5 metros pela primeira vez desde segunda-feira (13), de acordo com medição realizada no início da manhã desta quinta-feira. O nível chegou a 4,99 às 6h15, no cais Mauá.
Segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o nível do lago deve diminuir lentamente nos próximos dias, ficando acima dos 4 metros durante a semana.
O pico até o momento foi registrado há uma semana, quando o lago subiu para a faixa de 5,3 metros.
Segundo o Painel Informativo da Prefeitura de Porto Alegre, os eventos climáticos de maio deste ano no Rio Grande do Sul superaram qualquer registro histórico e impactaram milhões de pessoas.
O IPH recomenda a manutenção de atenção às áreas de risco, mesmo onde houve redução da inundação, e ações imediatas para restabelecimento da infraestrutura e manutenção de serviços essenciais como o saneamento básico.
Apesar de o lago estar acima da cota de inundação (3 m no Centro), a Prefeitura de Porto Alegre planeja a limpeza da cidade. Em uma primeira etapa, os trabalhos serão realizados nos 21 bairros mais atingidos pela enchente e incluirão raspagem e remoção de terra e lodo, lavagem das ruas e avenidas, recolhimento de resíduos e entulhos como móveis inutilizados pelas águas.
Vinte equipes começarão a limpeza, à medida que as águas baixarem. A previsão é de contratação emergencial de 55 equipamentos, entre caminhões, carretas, pás carregadeiras e escavadeiras hidráulicas.
A prefeitura informou, em postagem nas redes sociais, que vai precisar de equipamentos e ajuda voluntária, além da estrutura e equipes própria.