Em assembleia na tarde de hoje (19), os aeronautas (pilotos, copilotos e comissários) decidiram não entrar em greve. A categoria ameaçava começar uma paralisação nacional amanhã (20), dia de maior movimento aéreo no ano, segundo estimativa da Secretaria de Aviação Civil (SAC), quando devem ser transportados aproximadamente 350 mil passageiros. Eles aceitaram a proposta das empresas de reajuste 5,6% referente à reposição da inflação dos últimos 12 meses.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Marcelo Ceriotti, disse que os aeronautas foram sensíveis à situação de fragilidade pela qual as companhias aéreas passam no momento. Ele ponderou, no entanto, que o reajuste ficou abaixo das expetativas da categoria. A categoria queria mais 2,2 % de aumento real, que totalizaria quase 8% de reajuste.
Apesar disso, Ceriotti destacou que houve avanços importantes nas cláusulas sociais. Ele citou o passe livre para que a categoria possa viajar gratuitamente nos aviões das empresas quando o profissional não estiver em serviço. "As empresas entenderam que há uma prática no mercado internacional de que o tripulante possa se deslocar por motivo particular em aeronave de outras empresas", disse. De acordo com ele, essa cláusula vai beneficiar cerca de 40% dos aeronautas que não residem na cidade onde está contratado.
Na noite de ontem (18), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) concedeu uma liminar determinando que, em caso de greve, 80% dos aeronautas deveriam continuar trabalhando.