Quando ingressei na faculdade de direito, em 2007, logo iniciei estágio no escritório de advocacia da família. O começo foi estranho, não compreendia os termos, conceitos e a instrumentalidade, não sabia o que era um processo judicial e era grande a incerteza: "Como aprender tudo isso?".
O tempo foi passando e quanto mais me dedicava ao estágio, mais fácil parecia o curso. Fui adquirindo autonomia no escritório, passei a atuar nos casos que me interessavam mais, atender clientes e acompanhar audiências. Viajava bastante, conhecendo a dinâmica do Judiciário de cada Comarca e adquiri habilidades de negociação, persuasão e estratégia.
Nas aulas, isso fez toda a diferença. Enquanto 90% da sala parecia perdida em algumas lições, eu me sentia à vontade e, principalmente, empolgado por já ter vivido na prática o que o professor ensinava.
Quanto mais o estágio exigia de mim, mais eu gostava. A timidez, que sempre me limitou, começou a ir embora. Em pouco tempo, vieram resultados bastante satisfatórios, vitórias judiciais que me abriram os olhos - eu tinha o dom para advogar.
Cresci numa família "do direito". Muitos advogados, promotor, delegado, procuradores. Pude conhecer o dia-a-dia deles de perto e perceber muito cedo que a rotina que mais me atraía era a da advocacia, com seus desafios e potencial infinito.
O estágio foi o ponto crucial para que a prova da OAB fosse apenas uma fase, que venci sem precisar me afogar em livros. Não digo que passei sem estudar, pelo contrário (!), estudei muito, na prática do estágio.
Porém, quando me formei, em 2011, a advocacia ainda não tinha sido tão afetada pelas redes sociais e pelo mundo disruptivo que tempos hoje. Por isso, eu não dominava habilidades que hoje são essenciais ao advogado: marketing (nos limites éticos, claro), controle financeiro, solução extrajudicial de conflitos, gestão de pessoas, networking, dentre outras.
Ao abrir meu próprio escritório, em 2015, o cenário era bem diferente, com o mercado hostil e congestionado, 1 milhão de advogados ativos no país e uma dúvida me veio à mente: como crescer com tanta concorrência, como me fazer notar?
Dois foram os meus combustíveis: a necessidade de crescer rápido e minha paixão pela profissão.
Comecei a consumir conteúdo sobre marketing digital e vendas, buscando adaptar à advocacia, especialmente respeitando o regramento ético disciplinar da Ordem.
Aprendi ideias simples, mas que nenhum advogado é ensinado durante a graduação: faça seu cartão, avise a todos os seus amigos próximos e familiares que está abrindo seu escritório, fale sempre com entusiasmo sobre a profissão, mantenha postura educada e conduta ilibada, aprenda a ouvir o cliente, etc.
O que era incerteza começou a dar certo, surgiram oportunidades fantásticas, que plantei com muito suor e das quais sou infinitamente grato.
A cada dia minha mente se abria mais e percebia novos problemas e soluções, o que é basicamente a essência do empreendedorismo.
Não demorou para me dar conta de que o problema no mercado jurídico não é o número de advogados, mas a postura da maioria destes.
Explico. Uma coisa que aprendi bem cedo é que não se deve ceder quanto ao preço do serviço, somente quanto à forma de pagamento. O advogado presta um serviço personalizado, artesanal e técnico, e sabe o quanto custou para se preparar a tal ponto.
Ocorre que muitos, na busca cega por clientes, jogam seus preços a níveis indecentes, proibidos pela OAB (fazendo um audiência por R$ 20, por exemplo).
O que não sabem esses profissionais é que é impossível prestar um serviço de qualidade a tal preço, pois será necessário um número altíssimo de clientes para se manter financeiramente. Quanto mais clientes, menor é o tempo e a atenção que o advogado conseguirá atribuir a cada caso.
Resultado disso: a desvalorização da advocacia, serviços mal prestados e os bons profissionais acabam pagando a conta.
Insatisfeito com toda essa novela, resolvi fazer minha parte e transmitir mensagens de valorização da advocacia, que aprendi na prática da qual brevemente falei no início, direcionadas a estudantes de direito e advogados em início de carreira.
Se todos se valorizarem, os clientes entenderão a mensagem e preços mais dignos passarão a ser praticados. O serviço será de maior qualidade e o advogado ficará satisfeito.
Para isso, uso as mídias sociais, especialmente através do @advlider (Instagram) e www.facebook.com/advogadolider.
A ideia é corresponder com profissionais de todo o país, orientando-os e aprendendo com todos eles.
O perfil tem recebido um feedback surpreendente, mais de 6 mil pessoas seguindo em pouco mais de 2 meses, desde quando passei a movimentá-lo.
Tão bom foi o começo, que decidi organizar conteúdos em formato de Cursos. O primeiro, chamado "Advogado, Empreendedor", terá inscrições iniciadas em 02/01. Mais informações podem ser obtidas no próprio Instagram, onde explico com mais detalhes.
Serão 28 capítulos, 1 por semana, em vídeo. Mais de 21 horas de conteúdo.
O Curso terá os seguintes capítulos:
1. OS PILARES DA ADVOCACIA MODERNA
2. INICIATIVA E AUTONOMIA
3. VISÃO DE MERCADO E OPORTUNIDADE
4. PERSPECTIVAS DO MUNDO V.U.C.A.
5. VOCÊ, DE INICIANTE À AUTORIDADE
6. VOCÊ, O EMPREENDEDOR
7. MARKETING JURÍDICO
8. NETWORKING
9. FORMAS DE CAPTAÇÃO DE CLIENTES
10. PARCERIAS
11. ADVOGADO ASSOCIADO
12. SOCIEDADE DE ADVOGADOS: time multifacetado
13. COMO SELECIONAR COLABORADORES, ASSOCIADOS, SÓCIOS, ESTAGIÁRIOS E PARCEIROS
14. ESTRUTURA MÍNIMA VIÁVEL DE UM ESCRITÓRIO
15. DEFININDO A ÁREA DE ATUAÇÃO
16. AVALIANDO RISCOS E NEGOCIANDO ACORDOS
17. CONTRATO DE HONORÁRIOS
18. RELACIONAMENTO COM OS CLIENTES
19. PRERROGATIVAS DO ADVOGADO
20. O NOVO CPC: O que realmente mudou
21. ATENDIMENTO AO CLIENTE: Do primeiro contato à assinatura do contrato de honorários
22. ATENDIMENTO AO CLIENTE: O início do caso e a estratégia
23. ATENDIMENTO AO CLIENTE: Procedimento e resultado
24. ATENDIMENTO AO CLIENTE: encerrado o caso! E agora?
25. POSTURA E ETIQUETA
26. HABILIDADES DO ADVOGADO MODERNO
27. A VIDA FORA DO ESCRITÓRIO
28. CRIATIVE-SE!
Pela valorização da advocacia! Profissão que amo!
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