Faz tempo que não escrevo. Na verdade, faz tempo que não tiro uns minutos para pensar sobre primeiros passos. Hoje sobraram alguns segundos e cá estou eu tentando divagar sobre como ser um ser humano melhor. Há duas semanas participei de um curso que tratava da linguagem dos sentidos, os chacras e a natureza. Basicamente fiz exercícios que me colocaram em maior contato com os elementos naturais do que simplesmente observar as árvores do bosque da sacada do meu apartamento. Teve trilha no meio do rio gelado, teve exercícios respiratórios que resultaram em barulhos estranhos com a boca, teve hora para prestar atenção nos sons ao redor - da mosquinha zumbindo no ouvido ao riacho correndo no meio da mata - teve até bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Mas o que mais teve foi autoconhecimento. Momentos de entender o porque de tantos medos latentes ao, simplesmente, abraçar uma árvore coberta com musgo. Troquei energia, literalmente, com as companheiras de curso e num fim de semana me entreguei mais a mim mesma do que nos últimos 28 anos. Tá certo que duas semanas se passaram, já quis trocar o velho computador por um notebook só por capricho (fico orgulhosa em dizer que ficarei com o velhinho até ele pifar de vez) e continuo incomodada com questões mundanas. Mas relembrar aquele fim de semana me faz acordar para o que realmente importa e escrever sobre ele, de vez em quando, me põe em contato com alguém muito legal que conheci na estância e que fugiu comigo de lá, mesmo que ainda sinta um pouco de medo de se exibir no mundo de pedra. Para quem quiser saber mais sobre a aventura maluca da repórter, uma reportagem que mais parece depoimento será publicada na Folha da Sexta da próxima semana. Sem pudores, contei tudo o que senti e aprendi em dois dias na mata: quem sabe a minha história possa inspirar alguém a mudar algo que vem tentanto melhorar na vida há tempos. Tai a minha dica de hoje.
Ah, um ótimo Carnaval!!!