Falando de Literatura

Viver (poema)

01 dez 2010 às 09:47

Observo o espelho do tempo
(embaçado),
já percorri caminhos de saudades,
túneis de depressão,
noites de insônia,
mas descobri o brilho do sol além das nuvens
e o fogo do amor
ardendo além das sombras.

Descobri o sorriso, a luz, a dança,
os meigos olhos,
as mãos amigas, os abraços, as palavras
além dos muros da solidão,
e essa ternura...
essa louca ternura
quase banida do mundo globalizado,
essa imensa ternura – doce como uva -
cujo fogo perdura nas retinas,
nos rostos amigos, nos sorrisos
e nas mãos enrugadas de carinho.

Isabel Furini


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