Falando de Literatura

Sobre o Dia das Bruxas - por Flávio Madalosso Vieira (Vieira Neto)

31 out 2023 às 07:47


Estamos vivendo o último dia de outubro, mais precisamente uma terça-feira com a possibilidade de se tornar escura e chuvosa, talvez para se adequar à efeméride, que não é nossa, mas que o sentimento norte-americanista impõe a alguns e que se alastra por outras mentalidades brasileiras.

Assim, vamos vivendo o “Dia das Bruxas”, sem sabermos bem ao certo as origens e as razões de tal data, mas vemos que algumas pessoas, normalmente mais jovens e inconsequentes, querem e fazem festa em louvor a isto. É o Halloween, que a mentalidade brasileira conseguiu “nacionalizar” e torna o terror e as suas nuances parte do cotidiano deste 31 de outubro.

Bruxarias à parte, os dias ponta-grossenses nesta época e com o tempo reinante são bastante “enfeitiçados”, se considerarmos o trânsito e o assédio de distribuidores de panfletos nos cruzamentos centrais, e, também, os “cobradores de pedágio” em prol de alguma causa justa, o que põe muita gente de “calça justa”, por ter que negar um auxílio, muito embora saiba que se trata de uma ajuda merecida e necessária.

O comércio, nestes dias de movimento intenso de final de mês não tem muito do que reclamar, pois, parece, a maioria dos princesinos gosta mesmo é de gastar dinheiro e, então, as calçadas ficam cheias de pedestres que entram e saem de lojas, as ruas ficam cheias de carros que vêm e vão, não há vagas para estacionar, mas há a vigilância motorizada da “Zona Azul” a cobrar mais uma taxa, que onera ainda mais o contribuinte.

De repente, soa o meio-dia e o movimento de ruas, calçadas e lojas desaparece como que por encanto, na manutenção de um hábito que demorará por séculos para se desfazer: é a sagrada hora da refeição, e o mundo princesino se transforma.

Doze horas: muito pouco se vê na cidade, que parou como num passe de mágica, ou de bruxaria, no caso de hoje, fazendo interessante particularidade. Na verdade, pouquíssimas são as pessoas que têm compromissos neste horário, mas se vê na contingência de cumprir aquele ritual de desaparecer das ruas ao soar do meio do dia. Mas, perto das 13 horas, o trânsito volta a ser caótico e aterrorizante.

Então, vamos viver mais uma terça-feira de “Dia das Bruxas” no cotidiano princesino, com suas peculiaridades e nossos hábitos e costumes, incentivados pelo fato de que, amanhã, é outro mês, novembro, e é mais um grande passo rumo ao final de ano, que já está pertinho, sem magia, sem bruxarias e, principalmente (se as forças ocultas permitirem, sem terror. Tomara que o Halloween seja apenas hoje.

Flavio Madalosso Vieira é cronista e professor.

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