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Poema TULE de Rosa Maria Mano

10 mai 2018 às 07:50

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TULE

Descubro, vivo, um jogo,
um delinquente fôlego encrespado.
Bebi da agonia que não era minha
servida em orvalho e dentes de luares
liquefeitos em prata e negritude.
Devo então gritar a palavra proibida?
Perder-me na textura do silêncio
ou inventar um novo sino de zinabre?
Um sol nascente me arrebenta o ventre.
Uma luz que não pretendo, carne e fogo.
Diurno girassol entrelaçado,
vincado, pressionando o peito
entre o sono e o ocaso.
Ele morre em mim feito prematuro.
Da boca, uma artéria agoniza
envolta em tule vermelho.[

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Rosa Maria Mano


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