Antes de dormir foi olhar seus papéis e...ela havia esquecido seus poemas no mostrador do bar.
E se alguém os achasse? Quais eram mesmo esses poemas? Ah!... eram vários poemas chamados Tormento. Tormento I, II, III.... Procurou no computador. Não estavam lá... Esses poderiam ser seus melhores poemas. Sofia havia perdido seus melhores poemas. Alguém poderia encontrar as folhas... e... a solução era ir imediatamente ao bar. O filho dissuadiu-a dizendo que bares são para pessoas que bebem. Ninguém pegaria as folhas.
Sofia assistiu a um filme e deitou. Não conseguia dormir, incomodada pelos ruídos da rua. Ela pensava nos poemas... O afortunado que encontrar esses poemas participará de concursos e vencerá... falava com seus botões. Só conseguiu dormir depois das duas horas da manhã.
Quarta-feira levantou-se cedo e fez os afazeres rapidamente. Uma vizinha deu-lhe carona até o centro. Sofia correu ao bar e perguntou pelas folhas que havia esquecido. A moça do caixa as entregou. Eu li, bonitos os poemas, disse ela.
Sofia sentou-se numa mesa.
– Quer vodka? – perguntou a garçonete, aparentemente ela já tinha fama de bêbada no local.
– Não, respondeu, quero um refrigerante.
Emocionada começou a ler seus poemas. Que poemas!.. não eram ruins, não. Eram péssimos. Céus!.. eram para jogar no lixo. Por isso ela havia deletado e esvaziado a lixeira do computador. Lembrou daquela frase: "todo tempo passado foi melhor" e parafraseando murmurou: qualquer poema perdido é o melhor.