Imagine um filme de suspense onde o perigo vem do som. Uma trama que exige silêncio absoluto. Dentro e fora da tela. Esse filme existe e se chama, apropriadamente, Um Lugar Silencioso. Este é o terceiro longa dirigido pelo também ator e roteirista americano John Krasinski, que assina a autoria da história junto com Bryan Woods e Scott Beck. A trama já começa quase três meses depois da situação estabelecida. Sem maiores explicações ficamos sabendo que a Terra foi invadida por uma raça de seres monstruosos que não enxergam e nem sentem o cheiro das coisas e pessoas. Mas, possuem uma audição extremamente sensível. Qualquer barulho ou ruído, por menor que seja, atraem a presença deles, que atacam impiedosamente. É nesse contexto que a família Abbott vive em uma fazenda no interior dos Estados Unidos. O pai, Lee (Krasinski), sempre cauteloso e atento. A mãe, Evelyn (Emily Blunt, esposa de Krasinski na vida real), não fica atrás na cautela. Os filhos, Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe), procuram seguir as orientações dos pais. Um Lugar Silencioso, nem preciso dizer, tem um desenho de som primoroso. O som aqui, ou melhor, a ausência dele é peça fundamental para criar o clima certo da narrativa. Krasinski se revela um cineasta criativo e econômico ao criar uma tensão contínua que deixa o espectador grudado na cadeira da primeira à última cena. E isso não é fácil.
UM LUGAR SILENCIOSO (A Quiet Place – EUA 2018). Direção: John Krasinski. Elenco: Emily Blunt, John Krasinski, Millicent Simmonds e Noah Jupe. Duração: 90 minutos. Distribuição: Paramount.