Muitos conhecem apenas a carreira musical de Chico Buarque e não sabem que ele também é autor de romances. Três deles, até o momento, foram adaptados para o cinema. Benjamim, publicado em 1995, virou filme em 2003 sob a direção de Monique Gardenberg, autora também do roteiro, junto com Jorge Furtado e Glênio Póvoas. Tudo gira em torno de Benjamim Zambraia, vivido pelos atores Paulo José (presente) e Danton Mello (passado). Ele viveu em meados dos anos 1960 um intenso romance com Castana Beatriz. Nos dias atuais, trabalhando como modelo fotográfico, ele conhece casualmente a corretora de imóveis Ariela Masé (Cléo Pires), que parece ser a reencarnação de seu grande amor. Talvez até seja a filha desaparecida dela. Benjamim, o filme, assim como o Benjamim do livro, parece viver preso a um tempo que não existe mais e enxerga o tempo que passou de uma maneira só sua. Gardenberg conduz sua narrativa às vezes errática, às vezes brilhante. Algumas escolhas de figurino, música e elenco não funcionam muito bem. O grande destaque fica mesmo para o sempre eficiente Paulo José e, principalmente, para a estreante em longas Cléo Pires. Antes, ela havia feito apenas uma pequena participação na minissérie Memorial de Maria Moura, onde interpretou a versão jovem de Glória Pires, sua mãe.
BENJAMIM (Brasil 2003). Direção: Monique Gardenberg. Elenco: Paulo José, Danton Mello, Cléo Pires, Nelson Xavier, Chico Diaz, Guilherme Leme, Rodolfo Bottino, Ernesto Piccolo, Ana Kutner e Mauro Mendonça. Duração: 104 minutos. Distribuição: Europa Filmes.