Apesar de não ter feito parte da Nouvelle Vague, o cineasta Claude Lelouch se valeu de algumas lições do movimento em Um Homem, Uma Mulher, filme que o lançou mundialmente. O roteiro de Pierre Uytterhoeven nos apresenta uma inusitada história de amor. Jean-Louis Duroc (Jean-Louis Trintignant) e Anne Gauthier (Anouk Aimée) se conhecem por acaso em uma tarde de domingo em frente ao colégio interno onde seus filhos estudam. Ambos são viúvos recentes e a lembrança dos antigos parceiros ainda é muito forte. Quando o filme foi lançado, em 1966, além da química do casal principal e do belo tema musical, um fator inesperado chamou a atenção: há sequências em preto e branco e outras em cores. Muita gente acreditou se tratar de uma decisão estética do diretor. Na verdade, isso ocorreu por questões de orçamento. Lelouch precisou alternar o tipo de película para diminuir os gastos de produção. Inclusive reduziu sua equipe a um total de apenas sete técnicos. Um Homem, Uma Mulher fez muito sucesso no mundo todo e ganhou alguns prêmios importantes, como a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de filme estrangeiro e roteiro original. Duas décadas depois, Lelouch reuniria novamente Trintignant e Aimée em Um Homem, Uma Mulher: 20 Anos Depois. Porém, sem o mesmo brilho e charme.
UM HOMEM, UMA MULHER (Un Homme et Une Femme - França 1966). Direção: Claude Lelouch. Elenco: Jean-Louis Trintignant, Anouk Aimée, Pierre Barouh, Valérie Lagrange, Antoine Sire, Souad Amidou, Henri Chemin e Yane Barry. Duração: 102 minutos. Distribuição: Warner.